No Rio, municípios trabalham para conter danos provocados pela chuva

Tânia Rêgo/Agência Brasil/Ilustrativa

No Rio, municípios trabalham para conter danos provocados pela chuva

Após a chuva que atingiu municípios no norte do Rio de Janeiro nos últimos dias, a água acumulada já baixou, mas a situação de moradores continua precária.

As prefeituras de Campos, Cardoso Moreira e Itaperuna estão recebendo o apoio de militares da Marinha e do Exército em ações para conter os danos provocados pelas enchentes dos últimos dias e no atendimento à população, com a distribuição das doações e água potável.

Ontem (29), um grupo de militares da Marinha participou dos trabalhos de contenção da água de um dique secundário, que se rompeu em Campos. Havia risco de alagamento à comunidade de Três Vendas, com cerca de 4 mil habitantes.

De acordo com a Prefeitura de Campos, até a noite de quarta-feira (29), 38 famílias de Três Vendas tinham sido transferidas para alojamentos municipais e casas de parentes. O município organizou ainda a transferência de outras 19 famílias. O Grupo de Emergência em Alagamentos, monitora os rios Muriaé e Paraíba do Sul e as condições das famílias, fazendo a mudança preventiva por causa do rompimento do Dique da Boianga.

A prefeitura informou que 220 famílias não quiseram sair de suas casas e 10 famílias estão ilhadas em Pontal e Brejo Grande. Os moradores, no entanto, já estão sendo atendidas com água potável e receberão cestas básicas.

Itaperuna

Em Itaperuna, o apoio dos militares começou na terça-feira (28). No município, eles atuam em atividades de resgaste e transporte de desalojados e desabrigados, além da distribuição de água e de alimentos e da desobstrução de vias públicas.

As ações contam com o reforço de um helicóptero de grande porte, de veículos com capacidade de trafegar em qualquer tipo de terreno e uma unidade para atendimento de saúde.

O secretário de Governo, Franciney França, informou à Agência Brasil que há 35 desabrigados no município e 200 pessoas estão desalojadas. O número já foi maior, mas diminuiu na medida em que a água começou a baixar. Eram 250 desabrigados e 3570 desalojados.

“O momento crítico, em relação às águas e à falta de condição de chegar a alguns locais, já passou. Agora é hora de dar assistência às pessoas que perderam tudo e ajudar a fazer a limpeza. Muitos ainda não voltaram, porque as condições não permitem.” Ele disse que o efeito da chuva prejudicou o abastecimento da cidade, uma vez que as estradas vicinais ficaram alagadas.

França orientou os moradores que façam o cadastro nos centros de referência da cidade. “Os centros de referência que estão em praticamente todos os bairros, as pessoas que quiserem vão até la. Não estamos mais fazendo cadastro np galpão da Defesa Civil”, afirmou.

Segundo o secretário, o recebimento e a distribuição de doações continuam centralizados no galpão da Defesa Civil.

Para França, em relação ao risco de vida, o pior já passou. A cidade não registrou mortes em consequência da chuva. O único óbito foi de uma pessoa que resolveu pular de uma ponte e foi levada pela água do rio.

A cidade está em estado de alerta e deve continuar assim ao longo de fevereiro. Mas em dezembro o governo municipal já tinha montado um gabinete de crise, em uma medida preventiva diante do período de chuva que era previsto.

Cardoso Moreira

Desde terça-feira, o município de Cardoso Moreira recebe apoio dos militares. O secretário de governo de assistência social, Fausto da Rocha afirmou que a doação de cestas básicas ainda é suficiente para atender a todos.

Há cerca de 4 mil desabrigados e 1700 desalojados, segundo o secretário. Com a redução do nível das águas e o retorno do acesso às localidades, o trabalho agora é atender os que voltaram às suas residências.

“Agora é que está ficando pior, porque eles estão voltando para casa. A bagunça está maior porque deixaram móveis, deixaram tudo. Com a assistência social, estamos mapeando as regiões,para começar os atendimentos nas casas”, afirmou, em entrevista à Agência Brasil.

O bairro mais atingido foi o Cachoeiro, que é a parte mais baixa da cidade. “Estamos indo para lá agora”, afirmou, completando que o atendimento foi prejudicado pela falta de acesso, inclusive para a entrega de água potável. “Foi o último local a esvaziar.”

O secretário disse que a cidade está em estado de alerta. Em consequência dos efeitos da chuva a prefeitura decidiu cancelar o carnaval.

“Em virtude das cheias do Rio Muriaé que atingiram o Município de Cardoso Moreira e devido todo sofrimento que a população vem passando, o Poder Executivo Municipal decidiu por cancelar as festividades do CARNAVAL que seria realizado entre os dias 22 e 25 de fevereiro”, informou, em nota, o prefeito Gilsdon Siqueira.

Doações

Os quartéis do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) estão arrecadando e distribuindo donativos para as vítimas das chuvas que atingiram o norte e o noroeste fluminense.

De acordo com a Defesa Civil estadual, itens como água mineral, alimentos não perecíveis, material de higiene e material de limpeza podem ser doados, tanto na capital como no interior. O trabalho da Defesa Civil do estado inclui consultoria técnica, orientação de preenchimento de documentação para decretação de situação de emergência e coordenação em eventos de repercussão intermunicipal.

“A decretação da situação de emergência permite que o poder público faça aquisições, compras e contratações emergenciais que agilizam o atendimento à população em suas necessidades. Natividade, Porciúncula, Laje do Muriaé, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira, Bom Jesus do Itabapoana e São Francisco do Itabapoana já decretaram”, informou a Defesa Civil, em resposta à Agência Brasil.

Ainda de acordo com a Defesa Civil estadual, o monitoramento das condições meteorológicas e dos índices pluviométricos da região continua sendo feito por meio do Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ).

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