Fecha comércio. Abre comércio. Fecha comércio. Abre comércio. Mas que zona! Perceba que as autoridades que estão “cuidando” de nós nessa pandemia são as mesmas que batem cabeça sobre fechamento e abertura, o que pode e o que não, e o que é certo e o que é errado. No meio desse verdadeiro reino da balbúrdia, estamos nós, devidamente trajados de bobos da corte. Só Jesus na causa!
Como esse país não tem um presidente de fato (apenas de direito), o enfrentamento ao coronavírus, que deveria ter uma diretriz nacional, virou essa esculhambação toda, com promotores e defensores se achando os “caras”, juízes decidindo ao arrepio da orientação do Supremo Tribunal Federal (STF) e prefeitos sofrendo pressões de todos os lados e tentando salvar seus mandatos com os recursos enviados pela União.
Veja só um exemplo da confusão. No dia 24 de junho o desembargador Mário Kono (TJ/MT) concedeu uma liminar determinando o fecha tudo em Rondonópolis, com exceção para os serviços considerados essenciais. Já no dia 3 de julho o presidente do STF, ministro Dias Tóffoli, cassou a decisão e liberou geral. Na quarta-feira (8) o desembargador federal Souza Prudente (TRF 1ª Região) mandou fechar tudo de novo.
E aí, excelências, o que vai ser? Fecha ou não? Quem realmente decide? Quem, de fato, manda nessa jaca? O Sassá Mutema ou Sinhozinho Malta? Se os doutores e gestores não conseguem chegar a um denominador comum, qual a capacidade que eles têm para nos orientar?
Os primeiros casos de coronavírus no Brasil apareceram no começo de fevereiro e praticamente seis meses depois nossas autoridades, em todos os níveis, ainda batem cabeça e não conseguiram uniformizar um protocolo de ações de enfrentamento da pandemia. É inaceitável que diante de um problema nacional, tenhamos decisões isoladas, com cada governador, prefeito, promotor, defensor e juiz decidindo o que fazer de acordo com seus respectivos gostos.
O pior é que, como são decisões isoladas, elas entram em rota de colisão e aí fica esse pode e não pode.Toda essa situação daria um bom enredo de comédia de quinta categoria se não fosse um detalhe: o que está sendo decidido gera consequências nas nossas vidas, tanto a física, que tem que ser a prioridade número um, quanto a financeira.
E sabe por que isso está acontecendo? Pelo simples fato de que falta uma pessoa para chamar para si a responsabilidade de coordenar, em nível nacional, esse trabalho. O ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, tentou assumir esse papel, mas, como bateu de frente com o ego e as maluquices do presidente da República de direito, terminou sendo retirado do cargo.
Enfim, enquanto nossas autoridades exercitam seus egos, medindo forças para ver que manda mais, e o presidente de direito brinca de governar, a população fica como peteca, sendo jogada de um lado para o outro.
Como o Chapolin Colorado já morreu, não nos resta nem o consolo de perguntar “quem poderá nos salvar?”. Seria cômico, se não fosse trágico.