O presidente da Fifa Joseph Blatter afirmou que não renunciou ao cargo, aumentando as especulações de que pode tentar permanecer como chefe da entidade que regula o futebol mundial, apesar dos escândalos de corrupção denunciados pelo governo dos Estados Unidos. "Eu não renunciei, eu deixei meu mandato disponível em um congresso extraordinário", avisou Blatter em reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal suíço Blick.

Blatter fez o comentário na quinta-feira, em sua primeira aparição pública desde a entrevista de 2 de junho, onde anunciou que deixaria o cargo de presidente da Fifa e convocou uma eleição para a escolha do novo líder. Segundo o jornal suíço, Blatter estava bastante animado durante a inauguração de um museu da entidade. "Não estou pronto para um museu ou para virar um boneco de cera", brincou o dirigente de 79 anos.

De fato, Blatter jamais usou o termo "renúncia". "Decidi entregar o meu mandato em um congresso eletivo extraordinário. Enquanto isso vou continuar a exercer minhas funções como presidente da Fifa até a eleição", limitou-se a dizer, no depoimento em 2 de junho. Klaus Stoehlker, que foi consultor de Blatter durante a campanha eleitoral deste ano, levantou a hipótese de Blatter mudar de ideia e se manter no cargo há duas semanas.

Blatter, no entanto, está sob pressão para antecipar sua saída, à medida que autoridades dos Estados Unidos e da Suíça investigam suspeitas de suborno e corrupção na organização, apesar de não ter sido diretamente acusado de nenhum delito. O brasileiro Zico, o argentino Diego Maradona e o príncipe da Jordânia, Ali Bin Al-Hussein, já manifestaram o desejo de suceder Blatter.

(com agência Reuters)