Acusado pelo FBI de estar envolvido em um complexo esquema de corrupção, Marco Polo del Nero prestou depoimento na CPI do Futebol nesta quarta-feira (16), em Brasília. O presidente licenciado da CBF se disse injustiçado.
Del Nero inclusive disse que não se surpreendeu com sua convocação pelos parlamentares. O cartola deu a entender que pela situação do futebol mundial ele seria investigado.
“Sou acusado de forma injusta, mas não surpreendente. Tendo em vista o que acontece no futebol mundial, é normal ser questionado. Sou responsável pelo cargo que ocupo e pelo ônus que ele trás. Eu me defenderei com a certeza absoluta da minha inocência. Não tenho o que esconder. Tomei a iniciativa de me afastar da presidência da CBF para me dedicar a minha defesa e evitar influência nas investigações”, disse.
A defesa de Del Nero alega que seu cliente assumiu o comando COL (Comitê Organizador Local) após a Copa do Mundo realizada no Brasil. Ele rebateu também as acusações de que teria desviado dinheiro e assim prejudicado a CBF e o futebol brasileiro. O cartola é acusado de crimes nos Estados Unidos e também está sendo investigado pelo Comitê de Ética da Fifa.
A CPI aprovou a quebra de sigilo bancário e fiscal da entidade máxima do futebol brasileiro. A comissão já havia aprovado a quebra de sigilo telefônico do cartola.
Pedido de renúncia
O senador Romário, presidente da CPI, elevou o tom do discurso e cobrou o pedido de renúncia de Del Nero da CBF. O ex-jogador perguntou se a entidade era corrupta já que os últimos três presidentes estão sendo investigados — além de Del Nero, Ricardo Teixeira e José Maria Marin são alvos de invesitagações.
"Queremos uma CBF honesta", encerrou Romário.