MST e governador Pedro Taques iniciam diálogo, mas ainda não há encaminhamentos

Redação PH

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MST e governador Pedro Taques iniciam diálogo, mas ainda não há encaminhamentos

“Nós vamos fazer uma verdadeira revolução na reforma agrária. Não se pode falar de setor produtivo e ignorar a agricultura familiar”, declarou o governador Pedro Taques na segunda (17) pouco antes de concluir a primeira reunião com representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST.

Na audiência foram discutidas várias pautas e principalmente a utilização e atribuição das terras públicas, cuja responsabilidade é do próprio governo do estado através do Instituto de Terras de Mato Grosso – Intermat e do governo federal através o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra. “Até agora, o Intermat só trabalhou favorecendo o agronegócio, quando essas terras deveriam ter prioridade para os assentamentos da reforma agrária”, disse Antonio Carneiro de Menezes, representante estadual do movimento.

Outros temas abordados foram as políticas de apoio à reforma agrária e a sua produção e comercialização, pautadas na agroecologia. Os representantes do MST explicaram que existem grandes lacunas, se não ausência, de infraestrutura de saúde e educação, incentivos, créditos e assistência técnica, para viabilizar uma agricultura familiar agroecológica sólida e, consequentemente, o desenvolvimento dos assentamentos.

O Governador respondeu que nenhuma dessas demandas era exagerada ou fora do lugar, e que ele tinha implementado, em parte, muitas delas quando era procurador da República. “Parece que meu programa de governo foi baseado no programa do MST”, brincou Pedro Taques, assegurando que faria o máximo para responder às demandas, mas que estas deveriam se concentrar na Secretaria de Estado de Agricultura, sob a coordenação do secretário Suelme Fernandes, também presente na reunião. O governador ainda defendeu a importância dessa produção para o Mato Grosso.

“Nós importamos bananas do sul, e a agricultura familiar produz bananas, não faz sentido. Queremos a ajuda de vocês para produzir mais e melhor. Nenhum país do mundo pode viver sem uma agricultura familiar estável”, concluiu.

Enquanto as demandas eram protocoladas na Casa Civil, os representantes do MST consideraram que o governador se mostrou receptivo, marcando um primeiro passo para o diálogo com o Movimento. No entanto, os sentimentos dominantes foram preocupação e apreensão, já que nenhum encaminhamento concreto foi decidido. “O governador se comprometeu em fazer o possível para implementar a reforma agrária, mas deixou claro que não havia muitos recursos. Em um estado onde a economia e a política são dominadas pelo agronegócio, qual é a real possibilidade de responder às demandas?”, indagou Carneiro.

O secretário Suelme Fernandes assegurou que, mesmo com o desafio sendo grande, o governo do estado e a Secretaria da Agricultura fariam o necessário. No entanto, o secretário enfatizou que, para que a reforma agrária seja possível, precisariam do apoio e da parceria do governo federal, do Incra e dos municípios, entre outros.

A audiência com dez representantes do Movimento foi marcada na semana passada durante a comemoração dos 20 anos do MST, celebrada por uma marcha e uma feira da reforma agrária com shows e espetáculos variados. Os trabalhadores rurais aproveitaram a ocasião para pressionar o Incra e o governo do estado, apresentando um oficio com suas reivindicações, específicas para cada órgão.

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