MP cita “coincidência” no caso do Freezer com 86 celulares encontrado em presídio dias depois da chegada de líder de facção

Redação PH

Redação PH

Celulares foram apreendidos dentro de freezer — Foto: Divulgação

MP cita “coincidência” no caso do Freezer com 86 celulares encontrado em presídio dias depois da chegada de líder de facção

O freezer ‘recheado’ com 86 celulares encontrado na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, foi entregue no presídio, dias depois do retorno do detento Sandro da Silva Rabelo, o Sandro Louco, apontado como líder de uma facção criminosa em Mato Grosso. O preso cumpria pena em um presídio federal e foi transferido a pedido da defesa dele.

O fato foi apontado pelo Ministério Público (MP-MT) como uma ‘interessante coincidência’.

Isso porque, Sandro Louco foi acomodado no mesmo raio em que Paulo César dos Santos, o Petróleo, e Luciano Mariano da Silva, o Marreta. Os dois foram denunciados pelo MP por envolvimento na entrada dos aparelhos.

Além deles, foram denunciados à Justiça Revétrio Francisco da Costa, ex-diretor da PCE, Reginaldo Alves dos Santos, ex-vice-diretor, e os policiais militares Cleber de Souza Ferreira, Ricardo de Souza Carvalhães de Oliveira e Denizel Moreira dos Santos Júnior.

Os denunciados devem responder pelos crimes de integrar, financiar, promover organização criminosa e corrupção ativa e passiva (nos casos dos agentes públicos).

O G1 tenta contato com a defesa dos citados.

De acordo com o MP, a entrada dos celulares e a volta do ‘chefe supremo’ da facção gera estranheza.

“Isso demonstra que os três policiais militares, juntamente com os dois diretores da PCE, aliaram-se a esses líderes e entabularam a entrada dos celulares, para o bom proveito da facção, oportunizando a sua expansão e boa administração da atividade criminosa”, diz trecho da denúncia.
Venda de aparelhos
O grupo denunciado é investigado na Operação Assepsia, que apura o facilitamento da entrada dos aparelhos dentro da unidade prisional.

De dentro da cadeia, os detentos denunciados gerenciavam as atividades da facção fora da unidade. Para isso, segundo a denúncia, “o aparelho celular é um instrumento de extrema utilidade para um membro de facção preso”.

Os celulares dentro dos presídios são valiosos. De acordo com MP, o aparelho que pode ser comprado normalmente por R$ 700 chega a ser vendido, dentro da cadeia, por R$ 5 mil cada.

“86 celulares e demais apetrechos apreendidos, que podem ter sido adquiridos pelo mercado negro por R$ 40 a R$ 50 mil, seriam transformados em mais de R$ 450 mil”, como diz trecho da denúncia.

+ Acessados

Veja Também