A motivação do feminicídio brutal de Yasmin Cardoso, ocorrido em 20 de março de 2024, reflete a principal causa dos crimes dessa natureza no estado: a não aceitação do fim do relacionamento por parte do agressor. Esse dado faz parte do levantamento anual da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso.
Os números revelam que, dos 47 feminicídios registrados em 2024, 28% (13 casos) ocorreram porque o agressor não aceitava a separação. A segunda motivação mais frequente foi o ciúme, responsável por 12 mortes (25%).
- Não aceitação do fim do relacionamento – 28% (13 mortes)
- Ciúmes – 25% (12 mortes)
- Briga de casal – 19% (9 mortes)
- Suspeita de traição – 8% (4 mortes)
- Menosprezo/sexismo – 6% (3 mortes)
- Violência sexual – 4% (2 mortes)
- Briga pela guarda dos filhos – 2% (1 morte)
- Discussão com o filho – 2% (1 morte)
- Surto do autor – 2% (1 morte)
- Abandono da mãe – 2% (1 morte)
Embora a maioria das vítimas tenha sido mortas pelos companheiros ou ex-companheiros, o levantamento também registrou feminicídios cometidos por filhos e até por desconhecidos, após violência sexual.
Maioria dos assassinos já tinham passagens na polícia
Os dados mostram um padrão preocupante: 55% dos agressores já tinham passagens pela polícia, e 45% possuíam histórico de violência doméstica. Isso indica que muitos criminosos não mudam de comportamento, apenas mudam de vítima.
Importância da medida protetiva
Das 47 vítimas de feminicídio em Mato Grosso em 2024, apenas uma possuía uma medida protetiva em vigor. Esse dado reforça a importância de buscar proteção legal, já que mulheres com medidas protetivas ativas têm chances significativamente menores de serem assassinadas.
O número de medidas protetivas concedidas pelas delegacias de Polícia Civil no estado aumentou de 16.834 em 2023 para 17.910 em 2024, demonstrando uma maior busca por proteção por parte das vítimas.
