A mosca branca e o percevejo estão preocupando os produtores de soja em Mato Grosso. A colheita no Estado já iniciou, mas a previsão é que se intensifique a partir do dia 10 de janeiro. Em algumas localidades a produtividade média verificada até o momento na soja precoce é entre 40 e 50 sacas por hectare em média.
Mato Grosso semeou na safra 2016/2017 em torno de 9,3 milhões de hectares e possui uma perspectiva de 30,4 milhões de toneladas de soja sejam colhidas.
Segundo último levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o custo de produção encerrou em R$ 3.572,16 por hectare no Estado, porém o montante pode ser ainda maior. A mosca branca e o percevejo estão se apresentando como as principais pragas da safra 2016/2017 da soja e preocupando os produtores, o que fará com que o custo de produção seja ainda maior.
Somente para o controle da mosca branca o custo está estimado em cerca de R$ 150 por hectare para apenas uma aplicação. Em lavouras com alto índice de infestação o número de aplicações pode superar a quatro.
“A mosca branca está sendo um problema nesta safra novamente. É algo que terá de ser muito trabalhada. O custo dos produtos para combater a praga são altos”, observa o produtor em Sinop, Antônio Galvan. Hoje, é verificada alta presença da mosca branca em algodão e feijão, além da soja, em Mato Grosso.
Como o Agro Olhar já comentou, a mosca branca pode causar prejuízos na lavoura de soja de aproximadamente quatro sacas por hectare caso a sua incidência tenha início já nos primeiros estádios de desenvolvimento da planta. A infestação na soja muitas vezes ocorre quando a oleaginosa atinge os estádios R3, R4 e R5 ou até mesmo próximo da colheita.
O percevejo é outro problema nas lavouras, conforme o produtor em Sapezal Guarino Fernandes. “Cheguei a fazer de três a quatro aplicações, quando o normal são apenas duas para o percevejo”.
Produtividade e chuva
As poucas propriedades em Mato Grosso que iniciaram a colheita da soja, de acordo com Antônio Galvan, estão apresentando relatos de produtividade entre 40 e 50 sacas por hectare em média. A expectativa é que o volume aumente com a intensificação dos trabalhos, principalmente em áreas de ciclo mais tardio.
“A chuva este ano está sendo boa. Na região da minha propriedade não chove há uma semana, mas por hora está dentro da normalidade. Ainda é cedo para falar em produtividade”, salienta Galvan.
Na região de Sapezal tem chovido todos os dias, pontua Guarino Fernandes. Tal fator é considerado preocupante também pelos produtores, uma vez que o excesso de chuva pode levar a perda de qualidade do grão.
