O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes, disse nesta quinta-feira (30) que a confiança do brasileiro na urna eletrônica “nunca se abalou”.
A declaração foi dada durante o Teste da Urna, cuja finalidade é garantir a segurança dos dispositivos que serão usados nas eleições municipais de 2024.
“A confiança do brasileiro e da brasileira [na urna eletrônica] nunca se abalou. Nós tivemos no passado duas ou três pesquisas, [feitas] por entidades confiáveis, [que apontaram] a confiança para cima de 80% nas urnas eletrônicas. E a maior prova de confiança nas urnas eletrônicas é o comparecimento maciço do eleitorado”, afirmou Moraes.
“Quem não confia não comparece. E nós tivemos no ano passado a mesma média de abstenção, em torno de 20%, mas tivemos duas novidades em relação às eleições anteriores. A primeira é que, no segundo turno, nós tivemos menor abstenção que no primeiro turno, e sempre é o inverso. E, daqueles que comparecem para votar, nós tivemos o menor número de votos em branco e nulos. Significa que o eleitor acredita na urna, sabe o que é apertar a sua vontade”, completou.
A edição de 2023 do Teste da Urna foi aberta na última segunda-feira (27). A partir de agora, especialistas inscritos vão analisar profundamente os códigos-fonte para apresentar um plano de ataque ao sistema eleitoral. O objetivo é testar e encontrar eventuais vulnerabilidades no sistema de votação brasileiro, para “fortalecer a confiabilidade, a transparência e a segurança” do processo eleitoral, segundo o TSE.
“Até sábado, esses 35 especialistas, com vários programas que eles trazem, tentam mostrar eventuais vulnerabilidades da urna eletrônica. Isso é muito importante em termos de transparência ao TSE, mostrando como sempre a transparência da Justiça Eleitoral, e de eficiência”, disse Moraes.
“Esses técnicos e técnicas que nos auxiliam vão cada vez mais contribuindo para que nós possamos nos aperfeiçoar e garantir, de dois em dois anos, que os nossos mais de 156 milhões de eleitores possam, com absoluta tranquilidade e serenidade, votar, sabendo que o seu voto vai ser repercutido corretamente na urna e a sua escolha vai depois ser proclamada”, argumentou.
Em maio de 2024, o tribunal vai chamar os colaboradores para mostrar as melhorias. Em seguida, serão compartilhadas as sugestões e as implementações. De acordo com o TSE, “o teste é parte integrante do ciclo de desenvolvimento dos sistemas eleitorais de votação, apuração, transmissão, recebimento de arquivos e apoio aos processos de auditoria da urna eletrônica”.
Na prática, serão submetidas à ação dos investigadores as urnas eletrônicas modelos 2022 e 2020, com os respectivos firmwares (programas que fazem tarefas de controle do hardware) e mídias eletrônicas. Também poderão ser testados gerenciador de dados, aplicativos e interface com a urna eletrônica (Gedai-UE), software de carga, software de votação, sistema de apuração e kit JE-Connect, entre outros sistemas.