Ministro tira foco da crise política e diz que pauta é o desenvolvimento

Redação PH

Redação PH

Ministro tira foco da crise política e diz que pauta é o desenvolvimento

No Fórum dos Governadores do Brasil Central, em Cuiabá, o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, desviou o foco da atual crise política entre a bancada do PMDB e o governo federal e declarou nesta sexta-feira (7) que a pauta do país nesse momento é o desenvolvimento econômico. O ministro, da cota do PMDB, disse que o partido está "engajado junto com os outros partidos da base governista para construir um novo modelo de desenvolvimento baseado em capacitação da educação e qualificação produtiva".

A fala do ministro destoa da postura adotada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Desde o mês passado, Cunha tem deixado explícito seu novo papel de oposição após anunciar rompimento político com o governo Dilma Rousseff. Além da nova conduta do presidente da Câmara, o PMDB também não tem sido favorável aos projetos do governo na Casa.

Convidado para a segunda reunião do Fórum dos governadores do Brasil Central (que reuniu os chefes de estado de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Tocantins e Rondônia nesta sexta-feira em Cuiabá), o ministro foi perguntado sobre o atual afastamento do PMDB do governo.

Além de negar que tal movimento se trata de uma "rebelião" do partido e da base aliada, Unger fez questão de tirar a atenção da crise política e desviá-la para a crise econômica, destacando iniciativas como o fórum dos governadores como as que realmente importam para o país no momento. O fórum, segundo ele, é uma politica regional "de baixo para cima" e de cooperação horizontal – de iniciativa dos estados, independente do governo federal.

"Esta é uma revolução na nossa concepção de política regional. É uma revolução que pode ajudar a traduzir a nossa estratégia nacional em realidade. Essa é a verdadeira pauta do país", enfatizou.

Brasil Central

Além de lançar uma estrutura nova de cooperação entre estados, a reunião do fórum Brasil Central serviu para o debate de temas nacionais que atingem a região, como o ajuste fiscal. Os governadores declararam esperar mais iniciativas do governo federal para cortar gastos e reduzir o tamanho da máquina, mas, em linhas gerais, aprovaram as medidas praticadas atualmente pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy.

"Todos nós governadores, todos nós brasileiros, bem intencionados e sensatos, apoiamos o ajuste fiscal e estamos fazendo esse ajuste nos nossos estados. Ele é imprescinsível", declarou o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Para fazer frente ao cenário de crise econômica e assegurar os bons indicadores da região, o fórum tem como um dos objetivos a construção de um consórcio ou de uma agência de fomento. A instituição teria um fundo com recursos dos patrimônios estaduais para formar garantias e contrapartidas na assinatura de convênios com a iniciativa privada. A criação da agência ainda será discutida na próxima reunião do fórum, agendada para setembro, no estado do Tocantins.

Entre os demais propósitos do fórum estão o alinhamento das alíquotas de ICMS entre os estados da região e o planejamento conjunto visando o desenvolvimento sustentável. Essas diretrizes estão no acordo de cooperação assinado pelos governadores, que considera o momento de transição da economia brasileira, aponta a região do Brasil central como "dínamo do desenvolvimento nacional" e as semelhanças entre os seis estados, tanto de gargalos quanto de potencialidades.

Por meio desse acordo, os estados devem criar planos de desenvolvimento da região central do país e embasar as ações conjuntas que pretendem colocar em prática. O grupo terá como ações prioritárias para o desenvolvimento da região programas de educação, agropecuária, logística, indústria, empreendedorismo, ciência e tecnologia e inovação.

+ Acessados

Veja Também