Ministra participa do lançamento de projeto que vai recuperar paisagens degradadas do cerrado

Ministra participa do lançamento de projeto que vai recuperar paisagens degradadas do cerrado
Adriano Brito Tereza Cristina entre o embaixador da Alemanha e o presidente da CNA

Ministra participa do lançamento de projeto que vai recuperar paisagens degradadas do cerrado

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) lançou nesta quarta-feira (03) o Projeto Paisagens Rurais, de preservação do cerrado brasileiro, em evento com a participação do embaixador da Alemanha no Brasil, Georg Witschel, da diretora interina do Banco Mundial (Bird) no Brasil, Doina Petrescu, e do presidente da Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA), João Martins.

Com apoio do Bird e parceria com a Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ),o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Embrapa  e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Paisagens Rurais vai capacitar e prestar assistência técnica e gerencial a 4 mil produtores rurais de nove estados e do Distrito Federal, com foco na recuperação ambiental produtiva do cerrado e na geração de renda. A iniciativa  é coordenada pelo Serviço Florestal Brasileiro, do Ministério da Agricultura.

Tereza Cristina enfatizou que o programa une meio ambiente e agricultura, que até pouco tempo atuavam de forma separada. “Hoje estamos aqui numa harmonia e numa parceria, porque para preservar o meio ambiente é preciso ter a agricultura consciente, a agricultura trabalhando em prol do desenvolvimento sustentável. Essa é a mensagem de como as coisas vão funcionar daqui para a frente, e de como serão exitosas. O produtor rural sempre preservou o ambiente, mas agora vai preservar mais com condições”, disse ela.

O Projeto “Gestão Integrada da Paisagem no Bioma Cerrado”, também chamado de Projeto FIP Paisagem, tem como objetivo o fortalecimento das práticas de conservação e recuperação ambientais, bem como de práticas agrícolas sustentáveis de baixa emissão de carbono em bacias selecionadas do bioma cerrado. Pelo projeto serão desenvolvidas atividades de treinamento e de assistência técnica para a recuperação e conservação da vegetação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal (RL) e para a adoção de práticas de agricultura de baixo carbono (ABC), com o objetivo de melhorar a sustentabilidade nas pastagens de imóveis rurais. A ideia é fortalecer a implementação da regularização ambiental. O projeto dará aos 4 mil beneficiários o aporte técnico necessário para cumprimento do Código Florestal Brasileiro nos imóveis rurais, além de disseminar o uso de práticas de agricultura sustentáveis.

A ministra lembrou que o cerrado é o bioma mais produtivo do país, de onde saem todos os alimentos e todas as riquezas para alimentar o Brasil e o mundo. “É ali que temos grande parte da água potável do Brasil. Um dos grandes reservatórios mundiais está no cerrado, e temos de cuidar de nossa água, de nosso solo, precisamos dar condições para que nosso produtor possa fazer isso, principalmente o pequeno, aquele que mais precisa”, disse Tereza Cristina.

Com recursos da ordem de US$ 21 milhões do Fundo de Investimento Climático (CIF), disponibilizados por meio do Programa de Investimentos em Florestas (FIP), o Projeto FIP-Paisagem selecionou preliminarmente 53 ottobacias, que cobrem uma área de 12,5 milhões de hectares, distribuídos em nove estados (BA, GO, MA, MG, MS, MT, PI, SP, TO) do Cerrado. A seleção final das áreas de atuação do projeto será feita na fase inicial de implementação das atividades. O Distrito Federal será contemplado com alguns imóveis rurais para serem utilizados como áreas demonstrativas.

“Não tenho dúvida de que é possível aliar o aumento da produtividade com a preservação dos biomas”, disse a ministra. “Sou uma defensora de que a sustentabilidade só vem via produção, desenvolvimento e renda. Lugar onde tem pobreza extrema não tem preservação. Cada vez mais, precisamos mostrar o que o Brasil já tem e já vem fazendo. São poucos países do mundo que têm”.

A ministra agradeceu à CNA e ao Senar por estarem fazendo um trabalho enorme pelo produtor sem olhar para o tamanho dele. Segundo ela, as entidades estão ajudando o Ministério da Agricultura “a fazer com que os pequenos saiam do sistema de subsistência para um sistema produtivo, de dignidade, de renda, com mais acesso aos mercados”. Para a ministra, o Paisagens Rurais é só o início da parceria. “O marco é esse: agricultura e meio ambiente trabalhando em conjunto, para que a gente tenha programas de sucesso. O embaixador e a diretora do Banco Mundial podem ter certeza de que vamos usar esses recursos da melhor maneira possível, para que tenhamos sucesso no programa, porque vamos querer bem mais. Isso é só o início de uma parceria que agora incorporou o pequeno agricultor brasileiro”, disse ela.

O embaixador Georg Witschel, a diretora do Bird, Doina Petrescu, o presidente da CNA, João Martins, o diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro, Valdir Colatto, e o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do ministério, Fernando Camargo, também falaram sobre os benefícios do projeto para a recuperação ambiental de paisagens degradadas do cerrado. O Paisagens Rurais permite ao pequeno produtor se adequar ao cumprimento do Código Florestal. De acordo com Tereza Cristina, ao estar regularizado e com a propriedade dentro dos parâmetros do Código Florestal, o produtor vai poder, no futuro, usufruir da preservação que vai estar fazendo.

Nesta quinta-feira (4), o Senar vai promover um dia no campo para que os parceiros conheçam a aplicabilidade da assistência técnica e os resultados alcançados com as novas práticas de gestão. O produtor a ser visitado no município é pecuarista e desenvolve na propriedade, em Pirenópolis (GO), integração pecuária-lavoura e recuperação de pastagens degradadas, tecnologias de baixa emissão de carbono que resultaram na recuperação de 70% da área destinada à paisagem.

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