Meu Malvado Favorito 4 chega aos cinemas nesta quinta-feira (4), focando mais uma vez nas aventuras de Gru e suas filhas Agnes, Edith e Margô – além, claro dos minions, os divertidos ajudantes do ex-vilão que fizeram tanto sucesso que ganharam seus próprios filmes na franquia. No exterior, a palavra foi dicionarizada como alguém servil que segue outra pessoa sem questionar. No Brasil, foi além: virou sinônimo dos seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), fazendo parte do dia a dia e definindo parte do eleitorado nacional.
Na tela, os minions são engraçadinhos e falam uma língua própria, quase um ruído branco sem sentido em alto volume. As características principais do bando são um instinto de manada fortíssimo e a necessidade de seguir o vilão mais potente do momento – desde a pré-história, eles procuram um malvado para chamar de seu, do tiranossauro rex a Drácula e Napoleão, até que encontraram seu verdadeiro líder no atrapalhado Gru.
Na internet, o termo minion começou a ser usado por volta de 2015, quando Bolsonaro ainda não era candidato, mas já começava a ter mais destaque na política nacional com o processo que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no final daquele ano. Quando anunciou que iria concorrer à Presidência, o termo bolsominion, junção Bolsonaro com minion, estourou e ficou de vez como uma das formas de se referir aos apoiadores do político.
O raciocínio era que assim como os minions da franquia aceitam tudo que Gru manda, bolsonaristas seguem cegamente o que seu líder diz, sem questionamentos ou raciocínio crítico. Há ainda o ponto em comum da cor: os personagens são amarelos, e eleitores brasileiros manifestaram seu apoio a Bolsonaro usando a camisa da seleção brasileira.
Ser chamado de “bolsominion” já foi motivo de muita briga na web e, até hoje, é possível ver discussões na internet onde as trocas de ofensa incluem o termo, usado normalmente de forma pejorativa. Mas, nos últimos anos, fãs de Bolsonaro tomaram a alcunha para si, usando-a como identificação política e assumindo explicitamente sua devoção ao ex-presidente.