Microcefalia, Zika e uma epidemia que pode ser mais ampla do que se anuncia

Redação PH

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Microcefalia, Zika e uma epidemia que pode ser mais ampla do que se anuncia

No final de novembro o Ministério da Saúde reconheceu a epidemia de Zika – o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e relacionado à expansão de casos de bebês nascidos com microcefalia – como um caso de emergência de saúde pública de importância internacional. Internacional, pois as pessoas viajam e com elas, o vírus. Emergência, pois os casos se multiplicam: foram 3 mil ocorrências de microcefalia até o final do ano passado, um terço deles em Pernambuco.

De forma geral o Brasil enfrenta uma epidemia inédita. Não se conhecem exatamente as consequências do Zika. A mais chocante é a de bebês com microcefalia, quando as mães são infectadas na fase inicial de gestação. Mas as evidências apontam que pode haver outros efeitos do Zika ainda não completamente mapeados.

No Hospital da Restauração do Recife (PE) foi registrado nos primeiros seis meses de 2015 um aumento de casos de uma síndrome chamada de Guillain-Barré, e que pode estar associada ao Zika. Trata-se de uma doença inflamatória que ataca o sistema nervoso e que provoca fraqueza muscular e perda de sensibilidade nas pernas e braços, entre outros efeitos. Os casos passaram de 13 em 2014 para 80 na primeira metade de 2015 no hospital da capital pernambucana.

No Rio Grande do Norte o infectologista Kleber Luz, do Instituto de Medicina Tropical, alertou à imprensa que há bebês nascendo com o tamanho normal do cérebro (o que não caracteriza microcefalia), mas com calcificações no cérebro. Há ainda registros de recém-nascidos com má formação articular nas mãos e pés. Efeitos que podem estar relacionados ao Zika e que não são contabilizados como microcefalia, mas provocam sequelas graves.

Segundo projeções do Ministério da Saúde, entre 500 mil e 1,5 milhão de brasileiros podem estar infectados pelo Zika. É provável que na imensa maioria dos casos o vírus, em adultos e não-gestantes, provocará algo como o efeito de uma dengue branda. Não é o caso aqui de se espalhar o pânico. Mas cabe às autoridades manter a população 100% informada sobre a epidemia de um vírus cujos efeitos ainda não são inteiramente conhecidos.

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