O Ministério da Educação e o Ministério da Saúde estão monitorando os casos de gravidez na adolescência. Uma das ações é a o “Questionário sobre quantidade de casos de gravidez em adolescentes escolares”, que integra o Programa Saúde na Escola. Os gestores escolares e demais representantes devem acessar o link no Sistema Educacenso, disponibilizado na página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O objetivo é monitorar os registros feitos em 2018, entre adolescentes de 10 a 18 anos. Segundo os dados do MS, foram observados 56 casos de gravidez em cada mil adolescentes brasileiras. O país ainda tem taxas altas, que estão acima da média mundial, de 49 casos a cada mil meninas da faixa etária.
Em fevereiro do ano passado, inclusive, a taxa mundial de adolescentes grávidas era de 46 nascimentos para cada 1 mil meninas de 15 a 19 anos. A América Latina e o Caribe registraram respectivamente 65,5 nascimentos. O número só não ultrapassa os da África subsaariana. A informação foi publicada em relatórios do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS).
Abandono da Faculdade
O abandono da faculdade é uma realidade para muitas mulheres que engravidam durante a graduação devido aos desafios enfrentados. “Entrar na faculdade sempre foi o meu sonho, mas a chegada de Gabriel mudou os meus planos. Estudar novamente é tudo que eu mais quero, porém, com filho, tudo é mais complicado. Já tentei voltar duas vezes e não consegui dar continuidade”, comenta Kelly Borges, estudante de 19 anos.
A descoberta veio ainda no segundo ano do ensino superior e, com isto, manter a rotina de estudos ficou ainda mais difícil. Mesmo com os empecilhos, a estudante destaca a importância de continuar a investir na própria formação “A faculdade é algo mais distante agora mas, por enquanto, estou investindo em curso técnico”, assegura a estudante.
