Mais 4 pessoas depõem em audiência sobre desvio de dinheiro na ALMT

Redação PH

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Mais 4 pessoas depõem em audiência sobre desvio de dinheiro na ALMT

As últimas quatro testemunhas de acusação do processo sobre suposto desvio de R$ 62,2 milhões por meio de fraudes em licitações da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) foram ouvidas nesta quinta-feira (23) na Vara Contra o Crime Organizado de Cuiabá, durante audiência de instrução. O líder do esquema seria o ex-deputado estadual José Riva, preso desde o dia 21 de fevereiro no Centro de Custódia de Cuiabá. A ação é resultado da operação Imperador, do Gaeco.

Foram ouvidos dois policiais militares do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) que participaram das investigações e dois donos de gráficas na capital. Essas gráficas não são investigadas, mas forneceram material de expediente e informática para as empresas que venceram licitações da ALMT. Conforme o Ministério Público do Estado (MPE), as vencedoras dos processos licitatório eram empresas de fachada.

"A Assembleia fazia a contratação de alguns segmentos do setor de papelaria do estado, que de fato existia, e entregava o material que dava vida, que dava giro à Assembleia", disse o promotor de Justiça Marco Aurélio de Castro.

Na denúncia do MPE, são citados monitoramentos feitos pelos agentes de inteligência do Gaeco. E lista saques feitos poe Leonardo Maia na boca do caixa, e a entrega do dinheiro era feita para um dos corréus na ação, Elias Nassarden Júnior, que repassava para Edemar Adams, já falecido, que era ex-servidor da ALMT e considerado braço direito de Riva.

"Saía da agência bancária e ia para o secretário-geral da ALMT, na época, o senhor Edremar Adams. Fazia o que com o dinnheiro? Pagava contas pessoais, segundo a denúncia, do senhor José Geraldo Riva, inclusive usando veículo da Assembleia para fazer entregas de grandes somas de dinheiro para agiotas da cidade", disse Castro.

A defesa de Riva afirmou que o ex-deputado não pode ser responsabilizado por possíveis irregularidades porque ele seguia os pareceres de outras áreas do legislativo. Já os advogados de Maia e Nassarden informaram que estão tranquilos em relação aos saques, porque o dinheiro entregue a Adams era para a compra de um imóvel, e não haveria nada de ilegal na transação.

Conforme a denúncia aceita pela Justiça, o esquema ocorreu entre 2005 e 2009 e envolveu empresários e servidores do legislativo mato-grossense. Do grupo também faria parte a mulher de Riva, Janete, que na época exercia o cargo de secretária de Patrimônio da ALMT.

Na quarta-feira, durante o primeiro dia da audiência, foram ouvidas quatro testemunhas de acusação, entre elas o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, delator da Operação Ararath, da Polícia Federal. A audiência deve ser retomada na sexta-feira (24), e continuar na segunda-feira (27) e terça-feira (28).

Devem depor ainda na ação os deputados estaduais Romoaldo Júnior, Dilmar Dal'Bosco, Mauro Savi, Emanuel Pinheiro, Pedro Satélite e o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Guilherme Maluf. O ex-deputado estadual Sérgio Ricardo, que atualmente é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) também foi arrolado como testemunha no processo.

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