Maioria dos focos de calor em MT é em áreas privadas, assentamentos e terras indígenas

Nas duas fases da Operação Abafa Amazônia realizadas em agosto e setembro deste ano, cerca de 29 mil hectares foram fiscalizados - Foto por: Marcos Vergueiro/SECOMMT

Maioria dos focos de calor em MT é em áreas privadas, assentamentos e terras indígenas

Cerca de 87% dos focos de calor em Mato Grosso estão localizados em propriedades privadas, assentamentos e terras indígenas. Os dados levam em conta o período entre 1º de janeiro e 8 de setembro de 2019, em que foram registrados 19.711 focos de calor em Mato Grosso.

O coordenador adjunto da operação Abafa Amazônia, tenente-coronel Dércio Santos da Silva, explica que os incêndios em terras indígenas são uma questão sensível. “Pelo uso do fogo em rituais indígenas ser uma questão cultural, as equipes da operação não podem apagar as queimadas dentro desses locais, nem mesmo agentes de órgãos federais. A entrada para atuar em ocorrências nas terras indígenas tem que partir das próprias lideranças”, explicou.

Dentro das 84 terras indígenas, que correspondem a 16,26% do território estadual, foram registrados 3.009 focos de calor.

Durante o período proibitivo de queimadas, Mato Grosso está em quarto lugar em focos de calor por área queimada com 12.261 registros em imagens de satélites fornecidas pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe). Mato Grosso é o terceiro maior estado brasileiro com 903 mil km². Em números absolutos, está em segundo lugar em focos de calor.

A região metropolitana – Cuiabá, Santo Antônio de Leverger, Nossa Senhora do Livramento e Várzea Grande – teve 295 focos de calor desde o início do ano.

Nem todos os casos de focos de calor são necessariamente incêndios. Os sensores do satélite registram temperaturas acima de 47°C, por isso, os focos de calor não representam necessariamente incêndios florestais, fogo descontrolado, ou queimadas. Um incêndio, por sua vez, pode ter vários focos de calor. Clique AQUI e saiba mais.

Operação Abafa Amazônia

Nas duas fases da Operação Abafa Amazônia realizadas em agosto e setembro deste ano, cerca de 29 mil hectares foram fiscalizados com estimativa de R$ 43 milhões de multas aplicadas. As ações foram coordenadas pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman), instalado na Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

A segunda fase da Operação Abafa Amazônia, de 02 a 11 de setembro, ficou focada no médio-Norte e o lançamento foi em Sinop, com a força-tarefa multiagências atuando em União do Sul, Cláudia e Marcelândia. Ao todo foram fiscalizadas 28 áreas, num total de 20.111 hectares e estimativa de R$ 21,8 milhões em multas.

A próxima operação será na região Araguaia, mas ainda sem data definida.

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