A medida consta de projeto do senador Ronaldo Caiado (DEM/GO) aprovado nesta quinta-feira (11.06) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA). A proposta é que pelo menos 20% dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com taxas subsidiadas possam ser direcionados, obrigatoriamente, à agropecuária. O senador Blairo Maggi, favorável ao PL 144/2015, diz que os recursos são importantes principalmente para a agroindustrialização na região Centro-Oeste.
“Nós, que temos a incumbência de fomentar a economia nacional, precisamos de aporte para mudar o ciclo já iniciado há anos, e investir na industrialização da nossa produção. Hoje, inclusive, o setor do agronegócio é o único que tem gerado superávit, pois, fizemos isso com muita eficiência”, disse.
Maggi acredita que sem essa atividade outras não existem e por essa razão defende o repasse do BNDES para fomentar a agropecuária em Mato Grosso. “Precisamos transformar as matérias primas, as proteínas vegetais – das quais somos os grandes produtores- em algo mais valioso, que gere emprego e renda no campo, por exemplo. Precisamos fazer com que os empresários olhem para as regiões além da porteira da fazenda, onde temos potencial combustível (matéria prima) para a geração dessas indústrias, e que esses recursos sejam suficientes para que se estabeleçam lá", ponderou.
Hoje, os estados que se destacam na industrialização de matéria prima são o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, diferente de Mato Grosso, que ainda precisa exportar grande parte da sua produção para só então importar produtos.
“Tenho certeza que logo nós não ficaremos devendo nada para os estados do sul, que têm a tradição e a maior parte dessa agroindustrialização, notadamente o Paraná e Santa Catarina, mas, para isso, precisamos de recursos e o projeto vem ao encontro da nossa maior necessidade”, rechaçou.
EM MATO GROSSO
O processo de industrialização já está em andamento. O beneficiamento de grãos e carne produzidos no Estado agregou valor à produção local. Dentre as atividades desse segmento, a indústria de produtos alimentícios contribui com 58% do valor de transformação industrial, seguido pela indústria de produtos de madeira e de produtos químicos, com 9% cada.
Segundo dados do IBGE 2010, a atividade industrial de Mato Grosso está em linha crescente, sendo que em 2008 havia 2.559 indústrias instaladas e este segmento já ocupava 85.183 trabalhadores.
Dentre os segmentos destacam-se, por ordem de geração de emprego e renda: produtos alimentícios; produtos de madeira; produtos minerais não-metálicos; produtos de metal; produtos derivados do petróleo e biocombustíveis.
A agropecuária hoje é o setor que mais absorve tecnologia. O Brasil se mostra competente internacionalmente pela capacidade de modernizar a produção de grãos e de carne. O objetivo é voltar um pouco os olhos para o setor que tem sido o esteio ou a coluna vertebral da economia brasileira”, ressaltou o autor do projeto, senador Ronaldo Caiado.(Com informações do Governo de MT)
