Durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado (CI), nesta quarta-feira (21.10), para discutir o embargo à obra de recuperação da BR 319 que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM), o senador Blairo Maggi voltou a criticar o excesso de burocracia e pediu atenção às famílias que vivem na região amazônica.
“A BR 319 é uma rodovia ideológica, tornou-se uma questão de queda de braço. Digo que contra um estado organizado não há quem possa, nem para o bem, nem para o mal. Mas, infelizmente aqui o Estado está atuando de forma muito negativa por não mostrar vontade alguma de fazer. Usa como subterfúgio a burocracia e adia por anos o desenvolvimento da região e das famílias que vivem lá”, lamentou Maggi.
Segundo os demais senadores que são de Rondônia e Manaus, o maquinário está parado nas laterais da estrada aguardando um posicionamento do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-, que embargou o empreendimento.
“Nós conhecemos o grau de dificuldade daquilo que estamos trazendo para cá (Senado). Eu trabalho na região do Amazonas, com transporte de grãos por hidrovia, e não consigo entender que haja briga de modais. Essa rodovia serve como um vetor para diminuição de custos para a competitividade na Zona Franca de Manaus. E, falar que uma rodovia aberta há 40 anos é meio para o desmatamento é uma incoerência, quem passou lá há cinco ou sete anos, e passa hoje, vê que as propriedades são as mesmas, não é uma região produtiva”, defendeu Maggi.
O mato-grossense citou a dificuldade no andamento nas obras da BR 163, que também esperou décadas para receber todas as licenças exigidas pelos órgãos de fiscalização. “Após muito sacrifício as obras estão acontecendo, mas o excesso de burocracia existente no Brasil trava as coisas. Precisamos, sim, levar em consideração a vida das pessoas que vivem às margens da 319, ou na Floresta, porque são brasileiros como nós, não têm a mínima diferença”, apelou.
BR 319
A rodovia liga Manaus a Porto Velho, em Rondônia e corta a Floresta Amazônica. A estrada é da década de 1970. São 877 quilômetros em condições precárias, parte é de asfalto, parte não tem pavimentação.