A operação para estancar as críticas à indicação de Marcio Pochmann como presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) levou a um mal-estar entre os ministros. Durante o dia de ontem, o presidente Lula havia determinado que fosse feita uma operação para cessar as críticas à indicação de Pochmann. Lula é extremamente grato a Pochmann, tem uma relação pessoal com ele e estava determinado a indicá-lo ao posto. Mas estava incomodado com as críticas desferidas ao economista.
Logo após a orientação do presidente, o ministro Paulo Pimenta foi a público, já no final da tarde de quarta, oficializar o nome de Pochmann para o cargo. Ocorre que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, não havia sido informada de que o nome sairia na quarta – o que, segundo aliados, a deixou incomodada. Nesta quinta-feira (27), a ministra comentou a indicação e minimizou o episódio.
Também de acordo com aliados da ministra, ela não saberia da indicação para o posto – só saberia que o presidente iria indicar alguém na sua cota pessoal. A informação é questionada por integrantes do Palácio do Planalto, que dizem que ela foi, sim, informada de que seria Pochmann desde a semana passada.
De qualquer maneira, a divulgação do nome sem que houve uma articulação com o Planejamento foi questionada por integrantes do próprio governo que disseram que a operação serviu para aumentar a temperatura de um assunto que já é considerado delicado pelo governo.
Lula é grato a Pochmann porque o economista, além de contribuir há tempos com o PT na discussão econômica, foi presidente do Instituto Lula no momento mais complicado para o presidente, na esteira da prisão dele – posto que ocupa até agosto, quando haverá troca na presidência do instituto. E também se colocou à disposição para disputar a prefeitura de Campinas, em 2016, quando o partido passava por uma crise e havia resistência entre os políticos para encampar uma candidatura pela legenda petista.