Após a repercussão da fala sobre a forma que a polícia lida com as prisões, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que sua expressão foi “pinçada fora do contexto” e que a polícia brasileira é “altamente eficiente e preparada”. Na quarta-feira (19), o chefe da pasta disse que o Judiciário é obrigado a soltar detentos que tiveram suas prisões conduzidas de forma errada pela polícia.
“É um jargão que foi adotado pela população, que a polícia prende, e o Judiciário solta. Eu vou dizer o seguinte: a polícia prende mal, e o Judiciário é obrigado a soltar”, disse na ocasião.
Ao se justificar, Lewandowski comentou, ainda, que as polícias devem ser melhor remuneradas e equipadas para que possam prender “melhor” e evitar correções do judiciário sobre prisões que foram feitas fora dos padrões estabelecidos pela lei.
“Eu estava defendendo a PEC, a troca de informações, e quero ressaltar agora, publicamente, que nós temos uma polícia brasileira altamente eficiente e preparada. Disse naquela ocasião, e a minha expressão foi pinçada fora do contexto, que as polícias devem ser melhor remuneradas, melhor equipadas, precisam ser melhor informadas para que possam prender melhor e para que não haja esse fenômeno do judiciário, de eventualmente ter que corrigir erros de prisões que não foram feitas de acordo com a lei”, explicou.
Após a polêmica, o Ministério da Justiça divulgou uma nota para explicar a declaração e disse que “a manifestação ocorreu em um contexto da falta de integração das informações das polícias e as audiências de custódia”.
“Nesse cenário, ele falou que, hoje, há uma dificuldade de troca de informações entre as forças de segurança do país e o Poder Judiciário, o que se pretende solucionar a partir da PEC da Segurança Pública — cujo um dos objetivos é o de padronizar e uniformizar os dados produzidos pelas autoridades policiais em todo o Brasil, qualificando as ações de segurança pública”, diz a nota.
Lewandowski fala que polícia deve ser mais técnica
Durante a abertura da reunião do Conselho Deliberativo da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, em Brasília, o ministro sugeriu nesta a necessidade de um aumento no número de prisões preventivas pelo sistema judiciário e afirmou que as audiências de custódia precisam de um “acerto”. Para ele, apesar do avanço no poder judiciário, é preciso aprimorar o Código de Processo Penal.
Lewandowski afirmou, ainda, que para manter qualquer suspeito preso é necessário que a polícia elabore melhor documentos com provas, e segundo ele, de forma mais técnica (leia mais aqui).