Land Rover Discovery Sport diesel: primeiras impressões

Redação PH

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land rover discovery sport diesel: primeiras impressões

Land Rover Discovery Sport diesel: primeiras impressões

É comum que marcas premium vendam seus veículos baseando-se em critérios puramente emocionais. É o que fazem Audi e BMW, destacando esportividade e prazer ao dirigir, e Mercedes-Benz, ressaltando luxo e status.
Já a Land Rover sempre alardeou a capacidade off-road, aliada ao luxo, e recentemente, a esportividade de seus SUVs. Mas, com o Discovery Sport, o papo é um pouco diferente.
O modelo que chegou para ser o mais barato da marca no país, além de um dos mais emplacados dela, tem como principal argumento de venda um ponto puramente racional: a versatilidade.
A fórmula é simples: ele é maior do que o “queridinho” Evoque, além de contar com a possibilidade de levar até 7 passageiros, e custa menos do que o “irmão”.
Na tabela, os preços, para a versão gasolina começam em R$ 199,1 mil, contra R$ 209,9 mil do Evoque. Agora, o SUV tem versões equipadas com motorização diesel.
Beleza natural
O evento de lançamento do Discovery Sport diesel foi uma verdadeira expedição, como a própria marca batizou. No odômetro, foram mais de 600 km rodados, número que nem faz cócegas na autonomia rodoviária do modelo, que, com um tanque de combustível de 65 litros, pode rodar mais de 900 km.
O percurso começou em São Paulo e teve como destino a cidade de Itatiaia (RJ), onde a empresa ergue sua primeira fábrica própria fora do Reino Unido. O destino final, na verdade, foi um pouco mais longe e bem mais alto.
O pernoite foi dentro do Parque Nacional do Itatiaia, a uma altitude de quase 2.500 metros. Como comparação, a cidade mais alta do país, Campos do Jordão (SP), fica a 1.628 m do nível do mar. E São Paulo está 750 m acima do nível do mar.
O Itatiaia é considerado o primeiro parque nacional do país, criado em 1937. Lá, nascem 12 bacias hidrográficas, e sua área corta municípios do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Durante a trilha, contornando o parque, foi possível admirar a paisagem local, repleta de cachoeiras e vales, com muitas subidas, algumas descidas e uma ou outra travessia de riachos.
Visual é inspirado no 'irmão', Range Rover Evoque (Foto: Divulgação)
Tirando de letra
Para chegar ao local de hospedagem foram percorrridos 90 km de uma trilha de dificuldade média, sem grandes erosões ou áreas alagadas. Os maiores desafios foram pequenos riachos e ladeiras com pedras, além de um pouco de lama. Foi aí que entrou em ação o Terrain Responde, sistema característico dos Land Rover que gerencia os modos de tração.
Há quatro configurações: Padrão, Lama, Areia e Grama/Cascalho/Neve. Na maior parte do trajeto, o modo Padrão deu conta do recado, porém, em dois ou três trechos, o modo Lama foi acionado. De acordo com a Land Rover, o Discovery Sport pode transpor áreas alagadas de até 60 cm.
Puro conforto
Antes de chegar ao trecho de terra, porém, foram aproximadamente 250 km, entre São Paulo e Penedo (RJ), em trecho praticamente integral de estrada.
Durante a viagem, outras qualidades do SUV apareceram. A principal delas, o conforto, pôde ser notada logo de cara, nos confortáveis bancos de couro. A ergonomia da cabine também merece elogios, mas com uma ressalva: os comandos de acionamento dos vidros elétricos estão em posição pouco usual, na parte superior do painel da porta, longe do alcance das mãos. Isso faz com que os passageiros procurem os botões próximos aos puxadores a todo o momento.
Fora isso, a central multimídia, que pode exibir duas imagens diferentes, para motorista e passageiro, está bem localizada, assim como comandos e saídas do ar-condicionado. A construção é bem feita, e utiliza materiais de boa qualidade. O visual, no entanto, é simples, sem grandes ousadias, como no Evoque.
Com proposta voltada para o conforto, o Discovery Sport tem uma suspensão bastante macia. É óbvio que o sacolejar durante o caminho por vias não pavimentadas é inevitável, mas, na rodovia, em trechos de paralelepípedos e, principalmente, na serra cheia de curvas e cotovelos, os braços múltiplos fazem um bom trabalho, e não deixam a carroceria rolar.
O nível de ruído interno também merece elogios, principalmente quando o modelo em questão possui motor diesel, mais barulhento e com maior vibração.
Botões dos vidros elétricos do Discovery Sport ficam mal localizados (Foto: Divulgação)
Valentia
Falando de motor, o 2.2 já é velho conhecido dos clientes da marca. O propulsor, desenvolvido pela Ford em 2005 equipava o Freelander, antecessor do Discovery Sport, além de estar presente também no Evoque.
São 190 cavalos e 42,8 kgfm de torque, capazes de levar o SUV aos 100 km/h, partindo da imobilidade, em 8,9 segundos. O peso, na versão para 7 pessoas, é de 1.863 kg.
Tendo 50 cv a menos do que a versão a gasolina, a versão diesel se destaca pela entrega de torque. Ele está disponível integralmente a 1.750 rotações por minuto. Se o desempenho não é o melhor já visto, está longe de ser ruim. É totalmente condizente com a proposta de veículo versátil – leia-se familiar.
No começo da subida da serra, em Penedo, além das respostas ágeis do motor, o câmbio se destacou. A caixa de nove marchas é competente ao prever quando o veículo precisará de mais força, e assim, reduzir uma – ou mais, se preciso – marchas.
Quando o modo Sport está ativado, ele também é capaz de segurar a marcha para aproveitar a melhor faixa de potência e torque. Em situações opostas, em descidas, o câmbio também bloqueia a transmissão, para usá-la como freio-motor.
Cabine é bem acabada, mas visual é conservador (Foto: Divulgação)
'Completão'
O Discovery Sport com motor diesel é oferecido em três versões, SE, HSE e HSE Luxury. Veja o conteúdo de cada uma:
SE – R$ 218,1 mil
Itens de série: ar-condicionado de duas zonas, acesso e partida ao veículo sem a necessidade de chaves nas mãos, bancos revestidos parcialmente em couro, com ajustes elétricos, rodas de 18 polegadas, sensores de luz e chuva e estacionamento, dianteiro e traseiro, câmera de ré, controles de tração, estabilidade e de reboque, controle de descida em declives, faróis de xenônio com luz diurna de LED, airbags de cortina e cabeça e joelho e central multimídia com tela de 8 polegadas.
HSE – R$ 242,7 mil
Mesmos itens da SE, além de teto solar panorâmico, rodas de 19 polegadas, bancos de couro, fileira central de bancos com deslizamento e inclinação, apoio de cabeça central, navegação por GPS e sistema de som com 10 alto-falantes.
HSE Luxury – R$ 270,7 mil
Mesmos itens da HSE, além de bancos de couro Windsor, com 10 ajustes elétricos para os assentos dianteiros, sistema de som Meridian, com 16 alto-falantes e subwoofer, retrovisores com ajustes elétricos e memória, iluminação interna configurável, jogo de carpetes “Premium” e entradas USB na fileira do meio.
Ainda há alguns opcionais. Na versão SE, estão disponíveis navegação por GPS (R$ 3,2 mil), teto solar panorâmico (R$ 4,9 mil) e bancos rebatíveis (R$ 1,6 mil). Esta versão ainda possui um pacote que inclui 2 assentos extras, rebatimento e possibilidade de deslizar os bancos da segunda fileira, apoio de cabeça central nesta fileira, ar-condicionado para a terceira fileira e estepe de tala reduzida. Ele custa R$ 8 mil.
Na versão HSE, como os bancos da segunda fileira já possuem deslizamento e rebatimento, o kit conta apenas com os demais itens, e custa R$ 7 mil. O mesmo vale para a versão HSE Luxury. Para ela, este pacote traz os bancos extras, saídas de ar-condicionado para eles e o estepe de tala reduzida, e custa R$ 6 mil.
Segundo a Land Rover, o Discovery Sport pode atravessar áreas submersas de até 60 cm (Foto: Divulgação)
Manutenção de 'popular'
A Land Rover espera que, até o fim de março, sejam vendidas 5 mil unidades do Discovery Sport. Destas, 60%, ou 3,4 mil, devem ser com motor diesel. Para impulsionar nas vendas, a marca conta com alguns planos de pós-venda.
As 5 primeiras revisões, anuais, são oferecidas por R$ 1.990. Como comparação, as 5 primeiras revisões para o Chevrolet Onix, o veículo mais vendido do Brasil atualmente, custam R$ 1.968, praticamente a mesma quantia.
Em uma rápida comparação com dois concorrentes, o valor é consideravelmente menor. As cinco primeiras revisões da Mitsubishi Pajero Full, de acordo com o site da marca, saem por R$ 5.382. A Toyota não divulga em seu site os valores de manutenção. O G1 apurou os valores em concessionárias, e a soma das revisões foi de R$ 4.564,90.
Por fim, se o cliente quiser parcelar o Discovery Sport, também é possível. Com 20% de entrada, a marca parcela em 23 meses, com 50% restantes após este período. A Land Rover ainda garante a recompra, após o fim do parcelamento.
Discovery Sport tem quatro diferentes mapas de tração no Terrain Responde (Foto: Divulgação)
Concorrentes
Poucos dos reais concorrentes do Discovery Sport são de marcas consideradas premium. São eles, Toyota Hilux SW4, Mitsubishi Pajero Full e Chevrolet Trailblazer. Correndo por fora aparece o Jeep Grand Cherokee. A lista é completada por um modelo que pode representar “fogo amigo”, o Range Rover Evoque.
As propostas mais parecidas com o Discovery Sport, porém, são de Hilux SW4 e Pajero Full. Maiores no comprimento, os rivais japoneses, donos de projetos já ultrapassados, pecam mesmo no espaço interno.
Enquanto o Toyota é 10 centímetros maior no comprimento, o entre-eixos é apenas 1 cm superior ao do rival britânico. Com o Mitsubishi, a comparação é ainda mais injusta. Apesar de ser 30 cm mais comprido, no espaço efetivo para os passageiros, o japonês supera do Discovery Sport por apenas 4 cm.
Conclusão
Longe de ser um carro barato, o Discovery Sport com motor diesel consegue a proeza de ser um modelo de marca premium a oferecer um produto muito superior ao de marcas generalistas, custando praticamente o mesmo.
O SUV é versátil, com grande aptidão 4×4, conforto para os ocupantes, bom nível de equipamentos e um desempenho que agrada. O maior concorrente, contudo, está em casa. Resta saber se o desenho menos ousado e mais racional em relação ao Evoque permitirá ao Discovery Sport roubar o título de "best-seller" da marca no país.
Land Rover Discovery Sport diesel (Foto: Divulgação)

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