No dia a dia, diversas coisas são ditas sem que se abra a boca. Essa comunicação não verbal permeia o cotidiano das pessoas e as relações interpessoais, apesar de muitos não se darem conta. A partir dessa perspectiva e explorando a habilidade natural do ser humano para utilizar uma gama de expressões além da oralidade, a Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei) Monteiro Lobato, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), elaborou o projeto “As múltiplas linguagens da criança na educação infantil”, que foi consagrado com o prêmio práticas exitosas na educação infantil categoria Umei, recebido na abertura da Semana da Educação Infantil, que ocorreu em Rondonópolis no dia 20 de agosto.
A secretária de Educação de Rondonópolis, Carmem Garcia Monteiro, acentua que esse prêmio é uma forma de valorização do docente e vem ao encontro da filosofia adotada pela Semed: “É muito importante que o funcionário se sinta reconhecido pela atividade que executa. É a humanização do trabalho laboral. E é isso que buscamos”.
Eixo da ação pedagógica na prática educacional na primeira infância (seis meses a cinco anos e 11 meses de idade), a linguagem utilizada na educação infantil diz respeito a uma diversidade de formas de expressão que vão além da escrita e da oralidade, conforme defende a equipe gestora da Monteiro Lobado que produziu o projeto. O grupo enfatiza que assim como os sentidos e significados são múltiplos, a linguagem, sendo compreendida como forma de manifestação do indivíduo, surge a partir de diversos tipos de expressão como pinturas, dança, gesto, escultura, brincadeiras, literatura, desenho, entre outros.
“O objetivo desse projeto é proporcionar às crianças diferentes momentos lúdicos, ampliando seu universo de experiências, vivências e conhecimentos. Dessa forma estamos contemplando os direitos de aprendizagem propostos pela Base Nacional Comum Curricular”, compartilha a diretora da Monteiro Lobado, Sandra Regina Alves. Os seis direitos garantidos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a educação infantil são conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se.
Como os educadores acreditam que a brincadeira é um veículo para a aprendizagem, os 388 alunos de seis meses a três anos e 11 meses da Monteiro Lobato são estimulados a investigar, fantasiar, experimentar, imaginar e, assim, criar sua própria cultura infantil, em atividades artístico-culturais onde podem ser livres para manifestar-se e organizar seu mundo a partir de diferentes contextos. Além disso, é por meio dessas práticas que os pequenos interagem entre si, desenvolvendo sua sociabilidade.
“Nessas brincadeiras, as crianças descobrem suas capacidades com as diferentes linguagens. Cada criança tem seu tempo e, às vezes, uma delas aprende determinada linguagem mais rápido do que a outra e vice-versa. Isso porque um aluno pode ter uma afinidade maior com leitura, o outro com música, e assim por diante”, comenta a diretora, ressaltando que é por meio da ludicidade que o gestual, a concentração e o raciocínio lógico, entre outras aptidões, são desenvolvidas na infância.
