Laboratório móvel analisa amostras de azeite de oliva para verificar se há fraude nos produtos

Laboratório móvel analisa amostras de azeite de oliva para verificar se há fraude nos produtos

Um laboratório móvel experimental do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), instalado em uma van, está percorrendo o país recolhendo amostras de azeite de oliva em grandes centros de distribuição e supermercados para submetê-las à análise e verificar se apresentam fraudes. As análises são feitas no próprio local, possibilitando uma tomada de ação imediata quando constatadas irregularidades.

O trabalho começou no dia 18 de novembro, em Porto Alegre. Até agora, a van já passou pelo Rio Grande do Sul, por Santa Catarina, pelo Paraná e por São Paulo, ficando em média, três dias em cada estado. Nesta segunda-feira (2), chegou ao Rio de Janeiro, onde deverá ficar até a quarta-feira (4).

De 100 amostras do produto, coletadas até a última sexta-feira (29), apenas cinco apresentaram inconformidades, a maior parte por mistura com outros óleos, provavelmente de soja. As amostras foram enviadas para análise no Laboratório de Defesa Agropecuária (LFDA) do RS para análise pericial com equipamentos mais robustos e os estoques das marcas foram retirados das prateleiras dos pontos de venda e a comercialização foi suspensa até conclusão dos processos administrativos instaurados contra os fabricantes e revendedores.

“O baixo número de azeites fraudados encontrados nesta ação é reflexo do intenso trabalho da fiscalização agropecuária realizado nos últimos quatro anos no combate às fraudes em azeite de oliva”, diz o coordenador-geral do Departamento de Qualidade Vegetal do Ministério, Hugo Caruso.

Rapidez

O coordenador explica que a van-laboratório é uma novidade e dentro dela foi instalado um espectrofotômetro infravermelho (NIR na sigla em inglês), semelhante ao existente no LFDA. O objetivo dessa ferramenta é retirar rapidamente do mercado azeites fraudados, pois o resultado da análise sai na hora e imediatamente é determinada a interdição do azeite e a sua retirada dos pontos de venda.

“Pela proximidade do Natal, época que aumenta muito o consumo de azeite de oliva, nós resolvemos fazer essa ação para retirar, se existir, algum produto irregular que esteja sendo oferecido ao consumidor”, garante Caruso.

A equipe que trabalha na van é formada por um técnico de laboratório e um auxiliar agropecuário, além da equipe de auditores fiscais agropecuários de cada Superintendência por onde a van está passando.

O NIR é um equipamento que detecta a composição de ácidos graxos que formam a identidade do azeite. Existe uma composição característica de azeite de oliva extravirgem e esse equipamento faz a leitura e verifica se os componentes estão presentes ou não, como se fossem a “digital” do azeite. Sem esta digital, é sinal que existe uma mistura com outros óleos.

O equipamento não consegue dizer que outros óleos são esses, vai dizer apenas se a composição é azeite de oliva ou não, além de informar algumas características sobre a qualidade do produto.

O coordenador lembra que o azeite de oliva extravirgem é um produto que faz bem à saúde, muito recomendado por médicos, mas infelizmente em razão do valor do produto é alvo de fraudadores que misturam outros óleos vegetais, geralmente o refinado de soja. “Com essa ação da fiscalização, nós queremos que o consumidor fique mais tranquilo sabendo que o produto que está sendo ofertado na prateleira corresponde a azeite de oliva, seja ele extravirgem, virgem ou tipo único, mas que é produto oriundo da azeitona”, finaliza.

Próximas ações

A van-laboratório deverá rodar até o próximo dia 15, buscando atingir o maior número possível de estados. “Se o consumidor tiver informação de alguma marca que ele tenha suspeita poderá entrar em contato com a Superintendência Federal da Agricultura (SFA) em seu estado e perguntar a respeito dessa marca. Se essa marca nunca tiver sido investigada, ele pode nos fornecer as informações de onde o produto está sendo comercializado que a SFA local pode programar uma fiscalização no local de distribuição”, diz Caruso.

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