Justiça sequestra 100 lotes, fazendas e 5 carros de ex-deputado preso

Redação PH

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Justiça sequestra 100 lotes, fazendas e 5 carros de ex-deputado preso

O ex-deputado estadual José Geraldo Riva (PSD), preso por suspeita de desviar R$ 62 milhões da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), teve apreendidos cinco carros, sendo três deles de luxo, mais de 100 lotes em Cuiabá e no interior, além de fazendas, pelo Grupo de Atuação Contra o Crime Organizado (Gaeco), durante operação, nesta terça-feira (9). Riva, que acumula mais de 100 processos por improbidade administrativa, é acusado de liderar o esquema de corrupção na Assembleia.

A reportagem tentou contato com a defesa do ex-parlamentar, mas as ligações não foram atendidas. A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane dos Santos Arruda, determinou o bloqueio de bens de outros 14 denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) por envolvimento com o esquema, com o objetivo de ressarcir os cofres públicos do prejuízo causado pelo desvio da verba. Entre eles está a ex-secretária estadual de Cultural, Janete Riva, servidores da ALMT e empresários.

Na decisão, a magistrada mandou sequestrar 110 imóveis urbanos e rurais, 31 veículos e um avião. Na semana passada, uma aeronave de propriedade da família Riva, avaliada em R$ 1 milhão, foi apreendida pelo Gaeco. O apartamento de luxo localizado na Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, da deputada estadual Janaína Riva, filha do casal, também foi alvo de busca e apreensão pela polícia, nesta terça. Na campanha eleitoral do ano passado, a deputada declarou ter R$ 1,6 milhão em bens à Justiça Eleitoral e, entre eles, estava o apartamento, no valor de R$ 439,9 mil.

De acordo com o despacho da juíza, seis veículos da Janete Riva, sendo quatro deles caminhonetes, também foram apreendidos. Foram arrestadas ainda duas fazendas da família, localizadas em Tabaporã e Juara, a 643 km e 690 km de Cuiabá, respectivamente, e uma área de 574 mil, no município de Colniza, distante 1.065 km. Em Cuiabá, 9 imóveis do ex-deputado Riva foram apreendidos, entre eles, uma casa no Bairro Santa Rosa e no Condomínio Residencial Bosque dos Ipês.

Somente na região de Juara, considerada base eleitoral de Riva, ao longo de 20 anos de mandados na Assembleia Legislativa, a Justiça apreendeu 100 lotes. Os bens de todos os denunciados ficarão retidos até o julgamento final da ação. Se condenados, os valores serão transferidos para a União e cofres do Governo de Mato Grosso.

Denúncia

Riva foi preso no dia 21 de fevereiro, na operação Imperador, deflagrada pelo Gaeco.

Conforme o Ministério Público, a Casa de Leis pagava pelo material sem que houvesse a entrega. Segundo a denúncia, em um ano, as empresas venderam mais de 30 mil toners para a ALMT, que na época tinha somente 150 impressoras. O grupo teria fraudado contratos licitatórios visando a aquisição simulada de material de expediente, de consumo e artigos de informática. Os crimes teriam ocorrido entre 2005 e 2009, resultando na época em prejuízo aos cofres públicos de R$ 42,2 milhões. Corrigido, o montante é de R$ 62,2 milhões. Apontado como líder do suposto esquema, Riva ocupava o cargo de primeiro-secretário.

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