Juros do cartão têm maior taxa desde outubro de 1995, diz Anefac

Redação PH

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Juros do cartão têm maior taxa desde outubro de 1995, diz Anefac

As taxas de juros das operações de crédito voltaram a subir em junho, completando 21 meses seguidos de elevações, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (7) pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).

Das seis linhas de crédito pesquisadas, cinco tiveram suas taxas de juros elevadas no mês (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal- financeiras) e uma teve sua taxa de juros reduzida no mês (CDC-financiamento de veículos).

No cartão de crédito, os juros foram de 447,44% ao ano (15,22% ao mês) em junho, ante 441,76% ao ano e 15,12% ao mês em maio. Trata-se da maior taxa desde outubro de 1995, quando estava em 459,53% ao ano e 15,43% ao mês.

No cheque especial, os juros foram de 286,27% ao ano (11,92% ao mês) em junho, ante 270,82% em maio. Trata-se da maior desde abril de 1999, quando estava em 12,01% ao mês e 290,02% ao ano.

No empréstimo pessoal em bancos os juros foram de 72,14% ao ano (4,63% ao mês) em junho, ante 71,15% em maio. Trata-se da maior taxa desde abril de 2016, quando estava em 4,64% ao mês e 72,33% ao ano.

A taxa de juros média para pessoa física subiu de 7,96% ao mês em maio (150,70% ao ano) para 8,06% ao mês em junho (153,50% ao ano). Esse é o maior valor desde setembro de 2003, segundo a Anefac, quando foi de 8,13% ao mês e 155,48% ao ano.

Pessoa jurídica

Das três linhas de crédito pesquisadas para pessoa jurídica, todas subiram em junho, segundo a Anefc. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica passou de 4,62% ao mês (71,94% ao ano) em maio para 4,63% ao mês (72,14% ao ano) em junho – a maior taxa de juros desde fevereiro de 2005.

Fatores

Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos da Anefac, as elevações podem ser atribuídas ao cenário econômico que aumenta o risco do crescimento nos índices de inadimplência. Os índices de inflação mais elevados, aumento de impostos e juros maiores reduzem a renda das famílias. E a recessão econômica deve levar ao crescimento dos índices de desemprego.

"Tudo isso somado, e o fato de que as expectativas para 2016 serem igualmente negativas quanto a todos esses fatores, levam as instituições financeiras a aumentar suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência”, diz.

Segundo Oliveira, como existe a expectativa de que o Banco Central possa vir a reduzir a taxa básica de juros (Selic) nos próximos meses, isso pode ajudar na redução das taxas de juros das operações de crédito.

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