A Justiça negou sequestrar os bens da pecuarista Inês Gemilaki e do filho dela, o médico Bruno Gemilaki Dal Poz, réus pelo ataque a uma residência que terminou com duas pessoas mortas e outras duas feridas em Peixoto de Azevedo, em abril deste ano.
A decisão é assinada pelo juiz João Zibordi Lara, da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo, e foi publicada nesta terça-feira (18).
O pedido de sequestro dos bens foi feito pela defesa dos familiares das vítimas, que alegaram que os acusados estariam se desfazendo dos seus bens, como gado, veículos e imóvel rural, após tomarem conhecimento da denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra eles.
No documento, o MPE pede a condenação dos acusados por dois homicídios qualificados e duas tentativas de homicídio qualificado, além de uma indenização de R$ 2 milhões para os familiares das vítimas e os sobreviventes do ataque.
Na decisão, o juiz enfatizou, porém, que não há provas de que os réus estariam se desfazendo dos seus bens para se eximirem da eventual indenização.
“De sorte que, não havendo indícios de dilapidação patrimonial, porquanto não preenchido o ônus probatório de provas suas alegações (ex vi do artigo 156 do CPP), indefiro a medida assecuratória pleiteada”, decidiu o magistrado.
Recentemente, a Justiça mandou confiscar uma caminhonete Ranger, modelo 2021, em nome de Inês por inadimplência no financiamento feito junto à cooperativa de crédito Sicredi Norte MT.
O ataque
Além da pecuarista e do filho, também é réu pelos crimes o cunhado de Inês, Eder Gonçalves Rodrigues. Os três estão presos.
O ataque ocorreu na tarde do dia 21 de abril e foi filmado por câmeras de segurança.
Foram mortos os idosos Pilson Pereira da Silva, de 65 anos, e Rui Luiz Bogo, de 57.
Ficaram feridos o padre José Roberto Domingos, que levou um tiro na mão, e Enerci Afonso Lavall, alvo principal da família.
A motivação, segundo a denúncia, foi um desacordo referente a um contrato de locação. Inês morou no imóvel de Enerci, que ajuizou uma ação de cobrança contra ela.