Jovem tem parte do pulmão retirado em cirurgia após fungos por uso de narguilé em MT

Lívia Monteiro durante a internação aguardando a cirurgia — Foto: Lívia Monteiro/Arquivo pessoal

Jovem tem parte do pulmão retirado em cirurgia após fungos por uso de narguilé em MT

Uma jovem de 19 anos teve parte do pulmão retirado em uma cirurgia de lobectomia – remoção do lobo inteiro do pulmão -, na segunda-feira (14), por causa de fungos contraídos durante o uso de narguilé, em Cuiabá. Lívia Monteiro também passou por transfusão devido à grande quantidade de sangue perdido no procedimento.

Lívia contou ao G1 que ficou dois dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e agora se recupera em uma enfermaria. Nas redes sociais, ela publicou uma mensagem de alerta aos amigos.

“O pós-operatório não é fácil. É preciso fica com um dreno o tempo inteiro durante uns cinco dias. Os fungos é silencioso e se prolifera pelos órgãos, podendo causar morte ou até mesmo paralisação do órgão. A dor é tanta que estou à base de morfina e mesmo assim ainda sinto dor”, disse.

Lívia Monteiro, de 19 anos, faz uso de narguilé há 3 anos e teve complicações no pulmão — Foto: Lívia Monteiro/Arquivo pessoal

Lívia Monteiro, de 19 anos, faz uso de narguilé há 3 anos e teve complicações no pulmão — Foto: Lívia Monteiro/Arquivo pessoal

Segundo a jovem, ela faz o uso de narguilé desde os 16 anos, no entanto, não era frequente.

“Muitas vezes estava no ambiente com narguilé, mas não fazia o uso, por que me dava dor de cabeça e enjoo. Era uma vez por mês, ou um pouco mais”, explicou.

A jovem está usando dreno devido à cirurgia — Foto: Lívia Monteiro/Arquivo pessoal

A jovem está usando dreno devido à cirurgia — Foto: Lívia Monteiro/Arquivo pessoal

Lívia disse que a primeira vez que se sentiu mal após o uso do tabaco foi em abril deste ano.

“Passei mal um único dia. Fui ao hospital com falta de ar e febre achando que fosse Covid, mas fiz três testes e todos deram negativo. Depois, fiz tomografia e os médicos de plantão disseram que não era nada”, contou.

Lívia Monteiro precisou retirar parte do pulmão, e agora se recupera da cirurgia — Foto: Lívia Monteiro/Arquivo pessoal

Lívia Monteiro precisou retirar parte do pulmão, e agora se recupera da cirurgia — Foto: Lívia Monteiro/Arquivo pessoal

Ainda na dúvida, a mãe da jovem decidiu levar os resultados dos exames a um pneumologista, que deu o diagnóstico de aspergilose – infecção causada por fungos.

Em seguida, após um breve tratamento, ela foi encaminhada para a cirurgia. O procedimento demorou cerca de 6 horas.

Ela segue em tratamento no hospital, sem previsão de alta.

“Sejam cuidadosos e exijam sempre os devidos cuidados no uso do narguilé. Caso utilizem, tenham responsabilidade com você e com o próximo. Não desejo isso que estou passando a ninguém”, ressaltou.

Narguilé x riscos

A fumaça produzida pelo narguilé e tragada pelos jovens é composta de água e tabaco aromatizado. Muitos dividem o bocal do aparelho em uma roda de conversa, o que pode ocasionar riscos à saúde.

O tabaco para o narguilé é produzido pela fermentação com melaço, glicerina e essências de fruta. Se comparado com o cigarro, muitos acreditam que o hábito faz menos mal para a saúde.

No entanto, segundo um estudo feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a fumaça do narguilé inalada por 20 a 60 minutos equivale a fumar 100 cigarros.

Como o produto produz um sabor adocicado, as pessoas acabam consumindo por mais tempo. A média de consumo, em geral, é de 1 hora.

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