O senador José Medeiros, líder do PPS, lamentou que o Brasil esteja de fora do Tratado de Livre Comércio Transpacífico, acordo assinado recentemente por 12 países, que ficou conhecido pela sigla TPP. “Não podemos permanecer apáticos quando o mundo, por um lado, busca alternativas para dinamizar seus mercados, e nossa economia, por outro lado, fica cada vez mais isolada das redes de comércio”, declarou.
Durante pronunciamento nesta quarta-feira (14.10), ele voltou a criticar a participação do Brasil no Mercosul. “Passou da hora de revermos os termos do Mercosul ou de sairmos do bloco. Uma estrutura anacrônica nos moldes dele, que é pouco flexível e que há muito foi convertida em mero instrumento de uma anacrônica política bolivariana e populista. E com a assinatura do TPP ficaremos mais distantes ainda da dinâmica do comércio internacional. Enquanto os países do acordo vão comercializar com tarifas reduzidas, o Brasil vai enfrentar alíquotas mais elevadas e maiores barreiras sanitárias para exportar para o bloco”, salientou.
Participam do acordo 12 países: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Cingapura, Estados Unidos, Japão Malásia, México, Nova Zelândia, Peru e Vietnã. “Esses países respondem, atualmente, por 40% do comércio global, compreendendo uma população conjunta de cerca de 800 milhões de pessoas, um PIB de 27,6 trilhões de reais e duas das três maiores economias do planeta”, destacou.
O senador destacou também que o TPP inova ao tratar de temas como serviços, propriedade intelectual, mecanismos de soluções de controvérsias, compras governamentais, investimentos, mercado de trabalho, meio ambiente, empresas estatais e competição. “Como se vê, é um acordo que vai muito além da simples redução de barreiras tarifárias, que, diga-se de passagem, em geral, já são consideradas relativamente baixas”, enfatizou.
O senador acredita que o arranjo internacional que culminou na formação do acordo do Transpacífico se deve a inúmeros fatores, que vão desde as políticas internas dos países às considerações meramente estratégicas. “Mas é fato que a paralisia do regime de comércio internacional é seu principal componente”, afirmou.