Itália: resgate corre contra o tempo e país debate como conseguir casas seguras em áreas de risco

Redação PH

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Itália: resgate corre contra o tempo e país debate como conseguir casas seguras em áreas de risco

A Itália declarou estado de emergência nas regiões mais afetadas pelo terremoto de quarta-feira, enquanto equipes de resgate corriam contra o tempo para ainda tentar encontrar sobreviventes.

O primeiro-ministro do país, Matteo Renzi, solicitou 50 milhões de euros (cerca de R$ 180 milhões) em fundos para ações de reconstrução.

Ao menos 267 pessoas morreram e 400 se feriram no terremoto. Equipes vasculharam escombros pela segunda noite seguida na região afetada.

Centenas de réplicas do terremoto registradas desde o abalo principal dificultam o trabalho de 5 mil pessoas que, segundo o governo, estão envolvidas nas operações de resgate.

Um tremor de magnitude 4.7 atingiu, por exemplo, a região na manhã de sexta-feira.

Além do pedido de fundos, o primeiro-ministro suspendeu a cobrança de impostos de moradores das cidades atingidas e anunciou uma nova iniciativa, denominada "Casas Italianas", para rebater críticas sobre a qualidade das construções nas áreas afetadas.

Mas Renzi também afirmou ser "absurdo" pensar que a Itália possa erguer construções completamente à prova de terremotos.

As afirmações ocorrem após críticas na imprensa italiana sobre padrões de construção em áreas de alto risco. Algumas estruturas destruídas haviam passado recentemente por restaurações.

"Prefeituras poderiam fazer muito mais em termos de rigor nos padrões de construção antiterremoto e de conscientização sobre riscos. Em vez disso, somos sempre fatalistas, na esperança de que abalos não nos afetem", afirmou o professor de Engenharia Civil Enzo Scandurra ao site Quotidiano.net.

Cidades históricas na Itália não precisam cumprir normas de construção antiterremoto, que também costumam não se aplicar a novos empreendimentos.

Morte de turistas

O abalo de magnitude 6.2 ocorreu nas primeiras horas da quarta-feira, 100 km a nordeste de Roma, na montanhosa região central da Itália.

As cidades mais afetadas – Amatrice, Arquata, Accumoli e Pescara del Tronto – normalmente possuem poucos habitantes, mas estavam cheias de turistas em temporada de verão, o que torna as estimativas de desaparecidos imprecisas.

Mais de 200 pessoas morreram apenas em Amatrice, segundo a agência de notícias Ansa.

Ao menos três britânicos morreram no terremoto, segundo um funcionário local informou à BBC. O governo da Romênia disse que 11 de seus cidadãos estão desaparecidos.

Corpos ainda estavam sendo localizados na cidade – um foi encontrado na noite de quinta-feira entre os escombros do hotel Roma.

Um oficial do Corpo de Bombeiros reconheceu que o resgate corre contra o tempo.

"As chances de encontrar pessoas vivas nessas condições, nesse tipo de cenário, bem, é um desafio", disse Lorenzo Botti.

Outros resgatistas diziam ter esperança, lembrando que um sobrevivente foi retirado de ruínas no terremoto de Áquila três dias após o abalo que matou mais de 300 pessoas em 2009.

Equipes de buscas solicitaram a moradores que abrissem suas redes de wi-fi para facilitar a comunicação entre os resgatistas.

A polícia prendeu um homem em Amatrice por tentativa de invasão a uma casa vazia para saque, informou a Ansa.

Dois bombeiros cavaram fundo em busca de um sobrevivente. "É um cachorro", gritou um deles.

Eles continuaram escavando por meia hora. Passaram água para o animal. E eventualmente conseguiram liberá-lo e surgiram carregando o cão até a superfície. A multidão aplaudiu.

"Não importa para nós se é uma pessoa ou um animal, nós o salvamos", disse Gianni Macerata, chefe dos bombeiros no local.

As escavações continuam. Mas sobrou tão pouco de Pescara del Tronto que é improvável que mais sobreviventes sejam encontrados aqui.

Também parece difícil que esse vilarejo ancestral, que se manteve em pé por séculos, possa ser reconstruído. Centenas de anos de história ruíram em instantes.

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