Irritado com goleada, presidente do São Paulo promete reformulação

Redação PH

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Irritado com goleada, presidente do São Paulo promete reformulação

Uma noite mal dormida e a certeza de que será preciso muito trabalho para levar o São Paulo de volta ao caminho das conquistas. Com um semblante preocupado um dia após a goleada de 6 a 1 para o Corinthians, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva concedeu uma entrevista coletiva nesta segunda-feira e garantiu: irritado com a postura de alguns atletas, promoverá uma reformulação no elenco para 2016. Mas isso será feito depois do Brasileirão, já que agora os esforços estão concentrados na obtenção da vaga na Libertadores.

O São Paulo é o quarto colocado da competição nacional e, faltando duas rodadas, está no G-4, grupo dos quatro clubes que se classificam para o torneio continental do ano que vem via Brasileirão.

– Falar que vamos trocar 10, 20, é exagerado. Mas que vamos pensar em uma reformulação de elenco, sem dúvida nenhuma. Se exige uma atitude de comprometimento que não se vê em todos os jogadores do elenco. Fazendo uma análise generosa, eu quero imaginar que não seja fruto de má intenção, mas de uma estupefação de não saber lidar com adversidades maiores que marcam a vida. Também por esse lado, a análise será feita. Nós vamos reformular, sim – afirmou o dirigente.

Leco, no entanto, afirmou que esse processo ocorrerá somente em dezembro.

– O São Paulo fará modificações. Não se pode fazer agora, está no final de um exercício, de uma agenda que contempla a perspectiva de alcançar uma condição de partir para algo maior (referindo-se à Libertadores). Não posso mexer hoje em absolutamente nada, mas estamos fazendo todas as análises, verificações e averiguações para saber o que devemos modificar e o que devemos prestigiar no São Paulo – afirmou o dirigente.

Veja abaixo tudo que o dirigente falou na entrevista coletiva

Motivo da entrevista coletiva

– A minha fala, minha presença aqui é primeiramente para mostrar que o São Paulo tem cara, que São Paulo enfrenta de frente essa situação. As próprias circunstâncias de passagem do tempo e acontecimentos conduzem e nos animam a imaginar que haja um esfriamento, uma redução daquela emoção profunda e dor imensa que sentimos, mas que de certa forma controlaremos e resolveremos. No fim de semana enfrentaremos mais uma luta importante para que o São Paulo siga em frente. Acho que a torcida tem que encontrar ânimo, dar o apoio todo e o desconto que ele merece pelo amor de todos nós.

Novo técnico

– A questão do novo técnico não nasceu ontem, ela já vinha sendo desenvolvida. Está em andamento de forma que, se tivermos sorte e tudo correr bem, esperamos anunciá-lo até o final da semana.

Reação do elenco na goleada será levada em consideração para definir grupo?

– Vamos pensar, sim, em reformulação de elenco. Não está havendo comprometimento em todos os jogadores desse elenco. Faço uma análise generosa imaginando que não seja fruto de má intenção, mas sim de não saber lidar com adversidades que marcam as grandes figuras da vida. A análise será feita por esse lado.

Diego Aguirre e Lugano estão contratados?

– Não farei observações sobre nomes específicos. Aguirre é bem reputado, está sendo comentado e é uma das figuras cogitadas. O Lugano é um símbolo da história do São Paulo, que honra e dignifica a história do São Paulo. A torcida grita o nome dele e quer o que ele simboliza: raça, entrega, determinação, valentia e não aceitar pura e simplesmente um resultado. Esse problema está nos incomodando, de se ganhar está bom, se perder não faz mal. Não! Se perder vai ter que sofrer. E o sofrer é de sentimento, de não gostar de perder. É isso que pretendemos do nosso São Paulo.

Críticas a Ataíde Gil Guerreiro

– Eu confesso que não tenho um entendimento claro das razões por que ele vem sendo alvo, vem sendovítima de campanha tão severa quanto a sua gestão à frente do futebol do São Paulo. O Ataíde é uma pessoa correta, um bom profissional, é um são-paulino e esteve à frente da gestão do São Paulo desde o primeiro momento. O planejamento de 2015 passou por ele e esse time foi dizimado, completamente reduzido a uma condição que contrariou certamente as posições dele. Mas que ele teve que infelizmente admitir. Ele é uma pessoa séria, eu não vejo como não vejo em qualquer outro aspecto razão para qualquer mudança imediata.

Time terá postura diferente nos últimos dois jogos?

– Não posso garantir, mas vou cobrar. Assim como fizemos um segundo tempo brilhante contra o Atlético-MG, no domingo foi uma verdadeira tragédia. Não posso assegurar. Mas eles serão, sim, incentivados, orientados, cobrados para ter desempenho compatível com a honra que essa camisa exige.

Reformulação depende do novo técnico? Qual será o perfil do novo técnico?

– Sim, não será algo independente e nem pode ser. Ele será um treinador moderno, com uma visão moderna do futebol, será um treinador com uma capacidade de comando do grupo exigida. E certamente dentro do seu trabalho, ele vai colocar a marca dele e discutir conosco o perfil dos jogadores e como essa equipe deverá atuar, qual será a coordenação para nó. A contratação passará por esse aspecto do futebol de base e do principal, quero uma interligação permanente.

Qual será o perfil do time em 2016?

– Time técnico e competitivo. Brigador no bom sentido. Aquele que não renuncie à disputa, e isso é uma exigência do futebol mundial. Isso é indispensável. Prefiro não entrar no mérito de erros. Alguns dão certo, outros não se adaptam. É uma gestão difícil.

Se sentiu humilhado com goleada?

– OCorinthians fez exatamente o que dele era esperado. É uma equipe de muita qualidade. É inegável reconhecer. Muito bem dirigida, motivada pela festa e acabou alcançado aquele resultado que não ocorreu pura e simplesmente pelo que eles fizeram de bom, mas também pelo que nós fizemos de mau, ou deixamos de fazer.

São Paulo precisa de reconstrução?

– Ano muito difícil. Perdemos de 3 a 0 e 4 a 0 do Palmeiras, de 6 a 1 do Corinthians. Fizemos bons jogos com Santos, mas também perdemos deles. Muito negativo nos clássicos em 2015. Não faz parte da nossa história. Não é desejo de manifestar grandeza, mas sim constatação. O futebol do São Paulo nesse ano sofreu grandes abalos.

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