Irmãos se reencontram após 33 anos, sem querer, durante aula de ginástica

Redação PH

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Irmãos se reencontram após 33 anos, sem querer, durante aula de ginástica

Dois irmãos que não se viam há mais de 30 anos se reencontraram de forma inusitada em Mongaguá, no litoral de São Paulo. Eles faziam as mesmas aulas de ginástica do Clube da Terceira Idade, mas não imaginavam que eram irmãos. A descoberta, tão inesperada, mas muito desejada, emocionou os amigos e trouxe alegria para a família.

Neusa Gordado Bernardo nasceu em uma fazenda em Campo Belo, interior de Minas Gerais. Ainda criança, mudou-se com os pais para São Paulo, onde a mãe teve outros dois meninos. Durante o parto do quarto filho, a mãe de Neusa e o bebê morreram. “Eu lembro que eu só chorava”, diz ela, que tinha apenas sete anos na época.

Depois da grande perda, o pai dela, José Cordado, teve que cuidar dos três filhos. Anos depois, casou-se com Arcília Leme e teve mais quatro filhos, Luís, Sérgio, Mário e Jorge. As sete crianças cresceram juntas na mesma casa na capital paulista.

Aos 16 anos, Neusa saiu de casa, teve dois maridos e cinco filhos. Ela morou em várias outras cidades do Estado de São Paulo e de Minas Gerais. Há 10 anos, mudou-se para Mongaguá com uma das filhas. Já os outros irmãos dela seguiram caminhos diferentes após a morte do pai. Com o tempo, Neusa perdeu o contato com os irmãos e não sabia onde procurá-los.

“Naquele tempo não tinha telefone, era mais por carta. Era muita preocupação com a casa, com o trabalho. Eu lembrava dos meus irmãos”, conta Neusa, que hoje tem 72 anos. Mas, ela não imaginava que um deles, Sérgio Gordado, estaria tão perto dela.

O reencontro aconteceu por acaso. Neusa e Sérgio frequentavam a mesma aula de ginástica com cerca de 400 idosos, no Conviver, onde funciona o Clube da Terceira Idade, Sérgio já admirava Neusa pela sua disposição nas aulas. Ele, porém, não imaginava que ela era a irmã que ele não via há 33 anos.

Quem uniu os irmãos foi a professora de educação física e coordenadora do local, Ivete Aparecida Gutierres. Sérgio e a esposa resolveram se inscrever para fazer atividades na piscina. Durante a checagem dos documentos, Ivete observou o nome deles.

“Eu vi o Sérgio Gordado e falei que tinha uma senhora com o mesmo sobrenome. Não é um sobrenome comum. Ela (esposa do Sérgio) disse que o marido procurava uma irmã há 30 anos. Pensei, se for isso mesmo, vamos marcar esse encontro. Eles estavam fazendo ginástica no mesmo ambiente e não sabiam que eram irmãos”, conta Ivete. Logo depois, ela conversou com Neusa e confirmou que eles realmente eram irmãos.

A coordenadora resolveu marcar o grande reencontro no próprio Conviver. Todos os alunos souberam da história dos irmãos e participaram desse momento de muita expectativa e que deixou todos emocionados.

“Eu já tinha visto ela, mas não sabia que era minha irmã, foi coincidência. Quando ela mostrou a fotografia do RG, eu a reconheci. Eu nunca imaginaria que era ela. A última vez que eu a vi foi em Mauá. Minha filha tinha sete anos, hoje está com 40 e tenho até um bisneto. Eu comecei a trabalhar a noite e ficou difícil de encontrá-la”, diz Sérgio, de 63 anos.

Neusa ficou sabendo que Sérgio casou-se, teve duas filhas, três netos e foi morar em Minas Gerais. Como queria estar sempre na praia, comprou uma casa de temporada em Mongaguá. Nos últimos anos, resolveu mudar-se de vez para o litoral de São Paulo com o neto. Após o reencontro dos irmãos, Neusa percebeu quanto tempo ficou longe de Sérgio, o único irmão que ainda está vivo.

“A última vez que eu o vi, ele era jovem, bonito. Hoje em dia é aposentado, está diferente. A esposa dele era nova, bonita, agora é uma senhora mais velha. Mudou muito a aparência dele. Eu fiquei contente, é mais uma companhia que a gente tem. Graças a Deus e ao Conviver, se não fosse por eles nunca iríamos descobrir isso”, disse ela.

Ivete uniu os irmãos Neusa e Sérgio (Foto: Mariane Rossi/G1)

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