Interpol aprova entrada da Palestina como novo membro

Redação PH

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Interpol aprova entrada da Palestina como novo membro

A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) aprovou, nesta quarta-feira (27), a entrada da Palestina no órgão com um apoio "esmagador" dos países-membros, informaram à Agência EFE fontes da delegação palestina. A votação, que ocorreu durante a 86ª Assembleia Geral, que a agência internacional realiza hoje, em Pequim (China), contou com o apoio de 75 países-membros.

Por sua parte, 34 países se abstiveram e outros 24 votaram contra, entre eles Israel e Estados Unidos ( EUA), que se opuseram desde um primeiro momento da entrada dos palestinos, que dá a seus agentes o mesmo reconhecimento na organização que o da polícia israelense.

A última tentativa para frear sua entrada foi feita ontem, quando os EUA apresentaram uma moção para paralisar o processo de admissão, que finalmente não foi aprovada pelo resto dos países-membros.

A Palestina já tinha tentado ingressar na Interpol durante a última Assembleia Geral de Bali, na Indonésia, quando a votação sobre a sua admissão foi suspensa.

O Ministério das Relações Exteriores e a polícia israelense se mostraram satisfeitos com a decisão, que consideraram um "sucesso e triunfo da diplomacia israelense".

A Palestina, que em 2012 foi admitida como "Estado observador" na Organização das Nações Unidas (ONU), esperava fazer parte da Interpol, dentro da sua estratégia de ganhar reconhecimento internacional, diante da estagnação do processo de paz com Israel e a falta de perspectiva de um acordo entre as duas partes.

Além disso, foi admitida como membro pela Unesco em 2011 e no Tribunal Penal Internacional em 2015.

A Assembleia Geral da Interpol também aprovou a incorporação das Ilhas Salomão, enquanto que Kosovo, que também tinha solicitado sua entrada, retirou a candidatura ontem por falta de apoio.

Com a entrada da Palestina e Ilhas Salomão, a organização é composta agora por 192 membros.

Governo palestino

Em Jerusalém, o governo palestino comentou o sucesso "de ter atingido a aprovação do investimento da Palestina na Organização Internacional da Polícia Criminal (Interpol) com um apoio "enrolador" em uma votação na 86ª Assembleia Geral que é realizada nesta semana em Pequim.

"Este é um momento de comemoração para todos os que acreditam no direito do povo palestino a um Estado soberano e independente", disse à Agência EFE o porta-voz da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Xavier Abu Eid.

"Os que se opõem são simplesmente os que estão dispostos a normalizar o controle israelense sobre as nossas vidas e o nosso destino", acrescentou.

O ministro de Assuntos Exteriores palestinos, Riad Malki, disse em um comunicado que "o voto em apoio da Palestina é um voto de confiança nas capacidades de executar a lei da Palestina e no compromisso aos valores centrais da organização".

O investimento na organização "é uma vitória da execução da lei e da cooperação global", que foram possíveis "graças ao esforço dos países-membros para defender o avanço dos valores do organismo e a sua razão de ser", e à rejeição de "tentativas de uma manipulação cínica e abuso político", acrescentou Malki em referência clara às tentativas de Israel.

"Os fatos e os méritos superaram todas as demais considerações", conforme o texto, que agradeceu à Interpol por sua decisão.

Malki apontou que a Palestina "está preparada" para fazer frente às suas obrigações como "um membro ativo da comunidade internacional que contribue de forma efetiva ao avanço dos valores compartilhados como nações".

Israel sempre se opôs a permitir o acesso da Palestina à organização, argumentado que não é um Estado reconhecido e que este passo faz parte de uma estratégia para evitar um processo de negociações diretas.

O acesso à Interpol faz parte dos esforços palestinos para ganhar reconhecimento internacional, que tiveram seu ápice em 2012, quando foi admitido como Estado observador na ONU.

Desde então, se incorporou a vários organismos como membro de pleno direito, entre eles a Unesco e a Tribunal Penal Internacional.

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