Moradores da Austrália já estão acostumados a encontrar cobras em suas propriedades de vez em quando. Mas David Stein, um residente de Horsley Park, na região oeste de Sydney, teve um encontro para lá de assustador na última semana.

Ele chamou caçadores profissionais de cobras depois de notar algumas serpentes deslizando por uma pilha de cobertura orgânica morta no quintal de sua casa. O que ele não esperava era que, ao final da remoção, nada menos que 102 cobras venenosas fossem descobertas no local.

O resgate foi comandado pelo especialista Dylan Cooper. Quando o homem começou a escavar a pilha, percebeu que o número de cobras era muito maior do que o imaginado. “Em 15 minutos, ele me ligou dizendo: ‘Cara, vou ficar aqui um tempo. Já passei de 15 cobras!’”, disse Cory Kerewaro, dono da empresa, à BBC.

Ao todo, foram retiradas cinco cobras adultas e 97 filhotes recém-nascidos. Duas das serpentes deram à luz dentro do saco de remoção, um fenômeno raramente testemunhado. “Nunca vimos algo assim antes. É realmente bizarro”, afirmou Kerewaro.

As cobras pretas de barriga vermelha são uma das espécies venenosas mais comuns na Austrália, mas não há registros de mortes causadas por suas picadas. Ainda assim, elas podem provocar inchaço, náusea e diarreia, além de representar um risco para animais domésticos.

No mês anterior ao resgate, Belle, a cadela de Stein, foi mordida por um filhote e precisou de várias doses de antídoto para sobreviver, segundo a agência de notícias AP, que entrevistou o homem.

De acordo com especialistas, essas cobras costumam se reunir para dar à luz, possivelmente para se proteger de predadores. O calor extremo registrado em Sydney pode ter sido um fator para a concentração incomum de serpentes na propriedade de Stein.

Por questões de segurança, as cobras foram mantidas em quarentena e, após uma autorização do governo, serão soltas em um parque nacional, longe de qualquer interação humana.

“As pessoas ficaram preocupadas com o destino dessas 100 cobras, mas elas serão libertadas no meio do nada, bem longe de residências”, garantiu Kerewaro à AP.

Stein, aliviado com a remoção, agora planeja descartar toda a cobertura morta de seu quintal para evitar uma nova infestação no próximo ano. “Nos próximos dias, essa grande pilha de palha vai desaparecer”, afirmou à agência de notícias.