Há vida na seleção brasileira sem Neymar. Sorte de Dunga

Redação PH

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Há vida na seleção brasileira sem Neymar. Sorte de Dunga

A ausência do craque Neymar, coroado campeão europeu neste sábado pelo Barcelona, na seleção brasileira se fez sentir mais nas arquibancadas do que em campo, na vitória sobre o México por 2 a 0, na Arena do Palmeiras, com gols de Philippe Coutinho e Diego Tardelli.

Entre os 34.649 torcedores presentes (renda de quase 7 milhões de reais), a decepção era grande por não poder rever o maior ídolo do país, justamente na melhor fase de sua carreira. No entanto, a formação com apenas um atacante – Tardelli – e um meio campo rápido e criativo funcionou bem na primeira etapa do amistoso deste domingo e trouxe esperança de que, com o retorno de Neymar, a seleção poderá lutar pelo título da Copa América do Chile, que começa na semana que vem.

Ao reassumir o cargo, em agosto do ano passado, Dunga prometeu renovar a seleção que havia fracassado no Mundial em casa, com um estilo de jogo rápido, de movimentação e até dribles. E, de fato, o treinador vem cumprindo a promessa até o momento – mesmo quando sem Neymar, que marcou oito gols nas oito vitórias anteriores da seleção. Uma das primeiras medidas de Dunga foi abolir a figura do camisa 9 fixo (uma experiência traumática com Fred na Copa), o que abriu espaço para jogadores leves como Diego Tardelli e Roberto Firmino.

Neste domingo, o ex-jogador do Atlético-MG (que atualmente se esconde no Shandong Luneng, da China) foi escalado como único atacante – Robinho, lesionado, foi poupado e Firmino perdeu a vaga. Com isso, Dunga escalou um meio-campo forte e habilidoso, com Fernandinho e Elias como volantes e três meias ofensivos, Willian (o novo camisa 10), Philippe Coutinho e Fred (a grande e grata supresa).

O melhor em campo em São Paulo foi Willian. Alçado ao posto de titular absoluto com a ausência de Oscar, seu companheiro de Chelsea que se recupera de lesão, o jogador revelado no Corinthians assumiu a criação das jogadas. Sem Neymar, foram suas a camisa a 10 e as jogadas mais ousadas no ataque brasileiro.

Willian iniciava as jogadas sempre aberto pela direita, mas se movimentou bastante com a bola e iniciou a jogada do segundo gol, de Tardelli – que teve ainda participação fundamental de Elias, em uma de suas especialidades, a entrada na área como surpresa.

Apesar de ter sido convocado para o lugar de Luiz Gustavo, cortado por lesão, Fred, jogador de 22 anos do ucraniano Shakhtar Donetsk, não foi escalado como volante e surpreendeu positivamente. Jogou aberto pela esquerda e participou das principais jogadas do primeiro tempo. É provável, no entanto, que Neymar retorne ao time justamente em sua vaga, o que deixaria o time ainda mais ofensivo.

Antes do gol de Tardelli, o Brasil já havia aberto o placar com outro destaque do jogo, o meia Philippe Coutinho. Em boa fase no Liverpool, o jogador que completará 22 anos, jogou centralizado e deve ter ganhado créditos com Dunga. Aos 27 da primeira etapa, justamente quando a torcida começava a vaiar o time, Coutinho invadiu a ponta esquerda da área e, mesmo sem ângulo, marcou o seu primeiro gol pela equipe adulta do Brasil.

Na segunda etapa, bem menos empolgante, Dunga deu chances a outros jogadores leves: Firmino, Éverton Ribeiro e Douglas Costa – que produziram pouco e só terão mais um amistoso, quarta-feira contra Honduras, no Beira Rio, em Porto Alegre, para mostrar a Dunga que merecem ser titulares na Copa América.

O jogo na Arena do Palmeiras confirmou também que Marcelo, do Real Madrid, cortado do time por lesão, terá que lutar muito para recuperar sua vaga na lateral-esquerda. Filipe Luís, que já era o titular de Dunga, fez mais uma partida segura na defesa e participou dos dois primeiros gols. Do lado direito, o treinador testou Danilo e Fabinho e ambos não comprometeram – mas também não brilharam.

Na zaga, David Luiz e Miranda voltaram a se entender, apesar de terem sido pouco exigidos pela fraca equipe mexicana, que jogou com poucos titulares e, ao que parece, chegará à esta Copa América mais fraca do que nas edições anteriores. Dunga, que iniciou o jogo vaiado pela torcida, parece ter ganhado sobrevida, assim como toda a equipe.

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