Grécia chama embaixador austríaco para discutir questão migratória

Redação PH

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Grécia chama embaixador austríaco para discutir questão migratória

A Grécia convocou o embaixador austríaco para prestar esclarecimentos sobre as divisões na União Europeia no combate à crise migratória, de acordo com a BBC. A medida foi tomada depois que Áustria organizou uma reunião para discutir as dificuldades para gerenciar o elevado fluxo de migrantes e não convidou a Grécia a participar.

Na avaliação grega, a atitude não foi amigável. A Grécia é a principal porta de entrada de migrantes na Europa. Desde o início de 2016, 102.547 migrantes e refugiados que atravessaram o Mediterrâneo desembarcaram na Grécia, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

O governo grego tem cada vez mais dificuldades para receber o intenso fluxo de migrantes, que se acumulam em seu país. E, enquanto isso, a distribuição de solicitantes de asilo nos outros países da UE não é colocada em prática. Apenas 600 migrantes que chegaram à Itália e à Grécia foram transferidos a outros países, de um total de 160.000 que devem ser realojados em dois anos, , de acordo com a agência France Presse.

Os ministros do Interior e de Relações Exteriores de Eslovênia, Croácia, Sérvia, Bósnia, Kosovo, Montenegro, Bulgária e Macedônia estão reunidos para discutir a questão migratória.

A União Europeia também não está representada neste encontro e promove nesta quinta um encontro em Bruxelas.

O ministro de Relações Exteriores da Áustria, Sebastian Kurz, defendeu na quarta-feira (24) a decisão de seu governo de não convidar a Grécia para uma reunião sobre a crise migratória nos Bálcãs. Ele acusou Atenas de não ter vontade para reduzir o fluxo de chegadas de refugiados do Oriente Médio, de acordo com a agência Efe.

Bélgica anunciou na terça-feira (23) que vai restabelecer seu controle na fronteira com a França, gerando críticas do governo francês, de acordo com a France Presse. Países como Áustria, Eslovênia e Macedônia adotaram práticas restritivas recentemente. Esses países compõem a Rota dos Bálcãs, que é adotada pelos refugiados para chegar até a Alemanha, o Reino Unido e a Suécia.

O novo sistema de controle impede a entrada na Macedônia de refugiados que não tenham credenciais que venham de uma zona de guerra. A passagem de afegãos também é negada, segundo a Efe.

O governo da Macedônia passou a exigir documentos de identidade aos sírios e iraquianos, gerando aglomerações e protestos na fronteira entre Grécia e Macedônia.

A Áustria aceita desde sexta-feira (19) só 80 solicitações de asilo por dia em sua fronteira sul e um máximo de 3.200 refugiados para o trânsito rumo a Alemanha.

Para o encarregado da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Refugiados (Acnur), Filippo Grandi, afirmou nesta terça-feira (23) que o crescente fechamento de fronteiras pode criar um caos na Europa.

União Europeia

Os ministros do Interior da União Europeia vão se reunir nesta quinta em Bruxelas, com a esperança de fixar uma política migratória comum diante das diversas iniciativas tomadas por pelos países da rota dos Bálcãs, segundo a France Presse.

Sérvia e Macedônia, países que não formam parte da União Europeia, mas por onde os migrantes transitam rumo ao norte da Europa, foram convidados a um encontro prévio à reunião ministerial.

Assim como Áustria e Eslovênia (membros da UE e do espaço Schengen de livre circulação), Sérvia e Macedônia terão que explicar as medidas que adotaram para reduzir a entrada de migrantes.

Os ministros dos 28 países da UE receberão o vice-ministro do Interior turco, Sebahattin Ozturk, para fazer um balanço dos esforços turcos para frear o fluxo de migrantes à UE diante da cúpula UE-Turquia sobre o tema, que será realizada em 7 de março em Bruxelas.

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