Governo incentiva o extrativismo sustentável

Cooperativa Camta / Pará

Governo incentiva o extrativismo sustentável

Óleos vegetais, pimenta do reino, manteigas de cacau e cupuaçu, polpas e geleias de frutas amazônicas. São alguns dos produtos extraídos da floresta, de forma sustentável, pela Cooperativa Mista de Tomé Açú – Camta, no Pará.

E, aliada à preservação ambiental, a cooperativa gera renda e emprego na região: são 172 cooperados e mais de 1.800 produtores familiares cadastrados para o fornecimento de matéria-prima, em um trabalho que gera mais de 10 mil empregos.

Segundo o técnico em agropecuária da cooperativa, Márcio Siqueira, a produção é vendida para várias empresas locais e até mesmo nacionais. Uma das principais compradoras é uma grande empresa de cosméticos brasileira. “São empresas que pegam nossos produtos e transformam em subprodutos. Também temos um leque de consumidores diretamente ligados à Camta, pessoas que consomem nossos produtos em lanchonetes, supermercados”, explicou.

Produtos da Cooperativa Camta/ PA Foto: CooperativaPara incentivar experiências de sucesso como a Camta, na área do extrativismo sustentável, o Governo Federal lançou em maio deste ano o programa Bioeconomia Brasil Sociobiodiversidade. Desenvolvido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o programa visa incentivar o uso sustentável da sociobiodiversidade e do extrativismo, articulando pequenos produtores tradicionais e o setor empresarial. Outro foco é incentivar o uso de energias renováveis nos empreendimentos.

Segundo o IBGE, em 2017, a produção extrativista vegetal, que não inclui a produção madeireira, contabilizou R$ 1,5 bilhão. De acordo com o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Polpa de fruta da Cooperativa Camta/ PA Foto: CooperativaMinistério da Agricultura, Fernando Schwanke, o potencial da bioeconomia é gigantesco e o programa irá incentivar esses produtores. “Nós acreditamos que possa se gerar uma grande e produtiva economia a partir dos produtos não madeireiros da floresta. Temos algumas cadeias produtivas mapeadas, como a do açaí, castanha, cumaru, e que podem e devem ser estruturadas de forma mais profissional”, detalhou.

A estrutura do programa Bioeconomia Brasil Sociobiodiversidade é dividida em cinco eixos temáticos: Estruturação Produtiva das Cadeias do Extrativismo; Ervas Medicinais, Aromáticas, Condimentares, Azeites e Chás Especiais do Brasil; Roteiros da Sociobiodiversidade; Potencialidades da Agrobiodiversidade Brasileira; e Energias Renováveis para a Agricultura Familiar.

Operacionalização do programa

Para atender as cooperativas, o governo vai realizar chamadas públicas específicas e outros instrumentos jurídicos de contratação. As ações serão executadas com apoio de organismos internacionais, fundos e bancos de desenvolvimento. O programa terá abrangência nacional, alcançando todos os biomas brasileiros.

Encontros

O governo também vai dar continuidade a encontros locais nas cinco regiões do país sendo que três deles já estão acertados para este segundo semestre. Dois devem estão previstos para os dias 18 e 25 de novembro no Nordeste. As cidades ainda serão definidas. Outro, na região Norte, deverá ser realizado no dia 9 de dezembro em Belém (PA). No Sudeste, o primeiro dos encontros ocorreu em maio, na cidade do Rio de Janeiro, quando foi lançado o Bioeconomia Brasil.

O Mapa e instituições parceiras farão o mapeamento dos empreendimentos que ofertam esses produtos, que serão contatados pela organização dos encontros. A intenção é criar ambientes de negócios em bioeconomia e gerar renda para as populações locais.

O secretário Fernando Schwanke reforçou que o objetivo final é melhorar a vida das pessoas que vivem desses arranjos produtivos. “O que nós queremos é transformar esse grande potencial não madeireiro na floresta em recursos econômicos e geração de riqueza pra essas populações”.

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