Gerir os sistemas mecanizados de forma adequada pode evitar prejuízos

Redação PH

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gerir os sistemas mecanizados de forma adequada pode evitar prejuízos

Gerir os sistemas mecanizados de forma adequada pode evitar prejuízos

Antônio Márcio de Arruda, gerente do parque de máquinas de um grande grupo produtor de soja em Mato Grosso, conta que seu dia começa bem cedo, antes mesmo de bater o ponto e começar a trabalhar. “Eu já acordo pensando nas tarefas do dia. São tantos detalhes que é preciso revisar o planejamento com bastante frequência”, conta. Com 10 colhedeiras, 10 plantadeiras, cinco tratores e várias outras máquinas e implementos agrícolas, Arruda conta com uma equipe de 20 pessoas para manter tudo funcionado ao longo da safra. “Isso fora os operadores”, ressalta ele.

Com orgulho conta um pouco de como é seu dia a dia em meio às máquinas e equipamentos agrícolas. Arruda diz que é preciso planejar consumo de combustível, manutenção de cada máquina, troca de pneus, de óleos e de várias outras peças que somente quem trabalha com a gestão de um parque de máquinas de uma propriedade rural tem noção da importância e da necessidade de uma boa gestão deste setor. “Além disso, a equipe tem que estar sempre preparada para os imprevistos que são muito mais comuns do que se imagina”.

Arruda conta ainda que nos últimos anos, a empresa investiu na qualificação e capacitação de profissionais para trabalharem na gestão do parque de máquinas. “Um dos treinamentos foi o de gestão de sistema mecanizados ofertados pelo Sindicato Rural e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (SENAR-MT). Essa é uma área muito importante dentro de uma propriedade rural, mas o investimento em planejamento e gestão é mais recente. É um setor que ainda precisa de muito investimento em qualificação e capacitação”.

Foto: Divulgação

O treinamento de Gestão de Sistemas Mecanizados ofertado pelos Sindicatos de Produtores Rurais em parceria com o SENAR-MT tem como objetivo mostrar os conceitos de planejamentos nas operações mecanizadas. Com carga horária de 16 horas, o participante tem a oportunidade de aprender como planejar estas operações com o maquinário de maneira eficiente. O conteúdo inclui noções de dimensionamento de conjuntos mecanizados, conceito dos principais indicadores operacionais como escalonamento das operações, ritmo e capacidade operacional e eficiência gerencial do maquinário. Também são abordados assuntos como custo da operação (ou sistema), custos: fixos, variáveis, totais e de produção e impacto no sistema de produção.

O produtor João Pereira acrescenta que quando se tem uma safra um pouco maior, como vem acontecendo nos últimos anos, também existe um investimento em novas máquinas e equipamentos agrícolas. “O nosso grupo mesmo, investiu no ano passado em duas novas colhedeiras e uma plantadeira”. Pereira concorda com Arruda e acrescenta que é importante qualificar cada vez mais profissionais para aturarem nesta área. “Uma máquina parada por um dia significa prejuízo que chega a milhões”.

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Esse crescimento apontado pelo produtor é confirmado pelo presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Estevão Bastos. Ele diz que as reformas implementadas pelo governo no ano passado com foco na recuperação da economia nacional, juntamente com o recorde de safra, impulsionaram os investimentos e o desenvolvimento no mercado de máquinas e implementos agrícolas nos últimos meses.

Até outubro de 2017, as estatísticas da Abimaq apontavam um crescimento de 11% no faturamento das empresas associadas da CSMIA/Abimaq, comparado ao mesmo período de 2016. “Reforçando este resultado, os desembolsos de financiamentos de máquinas e implementos agrícolas no ano passado, conforme apontamento do Banco Central, atingiram a marca de R$ 12,8 bilhões, um crescimento de 12% em relação ao ano anterior”, acrescenta Bastos.

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Nos dois últimos anos houve uma recuperação das vendas de máquinas e implementos. Já em 2018, a expectativa é de um crescimento de 5%”. “Pode parecer pouco, mas a base de comparação é maior, portanto, vamos ter outro ano de bons negócios no campo”, prevê. De acordo com o presidente da Abimaq, o investimento na modernização do parque de máquinas e implementos agrícolas é essencial para manter e aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro. Mas é preciso muito mais que isso. Nos dias de hoje a mecanização agrícola é muito importante para o o desenvolvimento do agronegócio. Vale ressaltar que a gestão doparque de máquinaspode representar o sucesso ou insucesso de uma exploração agrícola.

Com a chegada constante de novas tecnologias para o campo, o produtor precisou se dedicar mais à gestão da propriedade. Analisar dados se tornou uma atividade comum, principalmente, nas fazendas de médio e grande porte. Os produtores e trabalhadores rurais precisam saber planejar e dimensionar a utilização dos equipamentos para garantir melhor rentabilidade.

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GESTÃO– Diante deste panorama, é fundamental o papel que os sistemas mecanizados desempenham na implantação, custos e na sustentabilidade das lavouras. Para que esses sistemas desempenhem adequadamente as suas funções é necessário estimar sua capacidade, número e os custos e, depois, gerenciar quanto à produtividade e qualidade.

É importante ressaltar que o conjunto de equipamentos, máquinas e implementos que realizam os processos de implantação, condução e colheita das culturas tem que ser gerido com muito cuidado para garantir a melhoria da rentabilidade. O planejamento operacional e econômico é uma ferramenta fundamental de apoio para a avaliação dos custos da mecanização, permitindo, assim, que o produtor antecipe a análise dos resultados. Em outras áreas as especificações necessárias para realizar o planejamento do desempenho das máquinas são mais fáceis de serem obtidas e mais precisas. Já no setor agropecuário essas especificações não mantém um padrão. Isso acontece principalmente devido à quantidade e a diversificação dos elementos envolvidos muitos deles, inclusive, sem a possibilidade de controle, em especial aqueles relacionados às condições climáticas.

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