Ganhador de Nobel da Paz propõe projeto de produção sustentável em Mato Grosso

Redação PH

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Ganhador de Nobel da Paz propõe projeto de produção sustentável em Mato Grosso

A possibilidade de uma parceria entre a Universidade Estadual de Ohio/EUA, e o Estado de Mato Grosso foi apresentada pelo pesquisador e ganhador do prêmio Nobel da Paz de 2007, Rattan Lal, em visita ao vice-governador e secretário interino de Meio Ambiente, Carlos Fávaro, na tarde desta quinta-feira (12.05). A intenção é trabalhar para que a produção agrícola do Estado seja mais sustentável, por meio do sequestro e resgate de carbono do solo.

Fávaro explicou que o Governo está de portas abertas para a iniciativa, e que desenvolve ações para expandir e aumentar a eficiência da produção agropecuária e florestal por meio do Comitê Estadual da Estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI), comandando pelo Gabinete de Assuntos Estratégicos (GAE).

“Estou convencido que nós temos que marcar uma próxima reunião, já com o Gabinete de Assuntos Estratégicos, que coordena o PCI, para trazer essa visão da pesquisa internacional. Temos que produzir com sustentabilidade, valorizar e quantificar os nossos ativos”, afirmou Fávaro.

De acordo com o Decreto nº 468 de 2016, o Comitê foi criado para implementar e acompanhar o cumprimento das metas anunciadas pelo governador Pedro Taques, durante a Conferência do Clima (COP 21), em 2015. A principal meta, como citado pelo vice-governador, é zerar o desmatamento ilegal em Mato Grosso até 2020.

Rita Chiletto, Assessora de Assuntos Internacionais do Governo do Estado, também participou da reunião e acredita que este foi um momento muito importante para o setor agropecuário, que deve ganhar com a parceria.

“É um momento em que um pesquisador de renome internacional respeitadíssimo, ganhador de um Nobel, vem a Mato Grosso dizer da importância de trabalhar em conjunto com o governo, que pode mostrar os rumos da sustentabilidade não apenas ambiental, mas econômica”, analisou.

Proposta

O objetivo é criar um programa no Brasil, especialmente em Mato Grosso, que visa a pesquisa e a capacitação de produtores em agricultura sustentável. Rattan Lal protagonizou uma parceria entre a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Universidade de Ohio, para intercâmbio e mobilidade de estudantes, pesquisadores e professores. Na ocasião, estendeu o convite à Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat).

O primeiro passo, conforme Lal, será investigar e ampliar a quantidade de carbono no solo mato-grossense. Ele ressalta ainda que o fluxo de carbono do solo para a atmosfera é uma das causas do efeito estufa no planeta, e que é muito importante o envolvimento do Estado de Mato Grosso para que a realização deste projeto seja possível.

O pesquisador articulador dessa parceria, Daniel Carneiro de Abreu, professor do Câmpus da UFMT de Sinop, conta que a Universidade de Ohio colocou a disposição uma rede de contatos de mais de 65 mil alunos e 570 mil formados que atuam no mundo e que se mantêm em contato com a Instituição.

Ele avalia a importância de estudar o sistema de produção agrícola de Mato Grosso, que gera discussões política, ambiental, econômica, técnica e social. “É necessário que a gente possa identificar e quantificar a sustentabilidade da produção agrícola. Usamos técnicas como o plantio direto, integração lavoura -pecuária, que aumentam a resiliência e a eficiência, o que é sinônimo de sustentabilidade”, explica.

Estiveram presentes também na reunião o professor da Universidade Federal de Mato Grosso, Paulo Teixeira, os Assessores do escritório de São Paulo da Ohio State, Rodrigo Gonçalves, e Luke Bárbara.

Nobel da Paz

O pesquisador Rattan Lal, é ganhador do prêmio Nobel da Paz em 2007 como membro do Painel Intergovernamental de Mudança do Clima (IPCC). Diretor do Centro de Gestão e Sequestro de Carbono da Universidade de Ohio, ele é especialista em conservação de solo, gestão sustentável, sequestro de carbono, mudança do clima e segurança alimentar.

Lal nasceu na Índia, em uma região hoje pertencente ao Paquistão. Graduou-se na Universidade de Agricultura de Punjab, fez mestrado em Nova Deli (Índia) e PhD em Ohio, onde é professor de ciências do solo desde 1987. Ingressou, na década de 70, no International Institute of Tropical Agriculture (IITA), na Nigéria.

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