Informações do Portal da Transparência de Maricá (RJ) mostram que Alex da Mata Barros, o funcionário supostamente indicado pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, recebeu um salário bruto de R$ 7.658,88 em 2024. A possível ligação entre a ministra e o “funcionário fantasma’ foi denunciada pelo prefeito da cidade e ex-deputado federal Washington Quaquá (PT) nesta segunda-feira (17). Segundo o prefeito, o funcionário ocupava o cargo de assessor especial da presidência da autarquia municipal desde junho de 2021, mas foi desligado no início deste ano.
A ministra nega qualquer irregularidade e diz ser alvo de perseguição política por Quaquá, que também é vice-presidente da legenda. O prefeito sustenta que levará o caso para análise no Conselho de Ética do partido. A denúncia vem em meio a um embate interno entre os dois dentro do PT (leia mais abaixo).
De acordo com a Prefeitura de Maricá, o caso é ligado ao ex-funcionário Alex da Bata Barros, que teria ficado lotado na Serviços de Obras de Maricá, autarquia ligada à prefeitura, entre junho de 2021 e início de 2025. A prefeitura informou que a secretaria apura o caso e disse que “uma vez identificadas irregularidades, serão adotadas medidas cabíveis e a responsabilização dos envolvidos”.
Em parte do período, ele prestou serviços por meio de uma consultoria ao ministério comandado por Anielle. O processo, de acordo com a pasta, seguiu todos os trâmites necessários.
“A consultoria é financiada com recursos de cooperação internacional, seguindo os parâmetros legais do padrão de apoio institucional do Governo Federal”, diz trecho de nota.
“A Ministra Anielle Franco afirma que perseguição política e violência política não serão toleradas e toda e qualquer tentativa de desinformação e fake news serão respondidas à altura, por medidas cabíveis”, complementa o ministério.
Briga interna no PT
Em janeiro, a ministra Anielle acionou o Conselho de Ética do partido contra Quaquá com críticas à defesa dele ao deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). O parlamentar está preso pela suspeita de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
A ministra era irmã da vereadora e, no pedido feito, considerou que a posição de Quaquá foi antiética. Ele havia publicado uma foto ao lado da família Brazão e disse acreditar na inocência dele e do irmão Domingos Brazão, também preso por suspeita de envolvimento no crime. Internamente, há um movimento para que o prefeito seja expulso do PT.
Leia a íntegra da nota da ministra
Não há ilegalidade em nenhuma consultoria de apoio ao Ministério da Igualdade Racial.
Os consultores participantes do projeto são contratados e remunerados diretamente pelo Banco CAF em apoio e fortalecimento do Ministério da Igualdade Racial. O edital de seleção foi elaborado seguindo os critérios e padrões internacionais informados pelo banco.
A consultoria é financiada com recursos de cooperação internacional, seguindo os parâmetros legais do padrão de apoio institucional do Governo Federal.
A Ministra Anielle Franco afirma que perseguição política e violência política não serão toleradas e toda e qualquer tentativa de desinformação e fake news serão respondidas à altura, por medidas cabíveis.
Leia a íntegra da nota da Prefeitura de Maricá
Por determinação do prefeito Washington Quaquá, que recebeu denúncia de que haveria um funcionário fantasma indicado pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a autarquia municipal Serviços de Obras de Maricá (Somar) instaurou sindicância para apurar o caso. Uma vez identificadas irregularidades, serão adotadas medidas cabíveis e a responsabilização dos envolvidos.
Alex da Mata Barros exerceu o cargo de Assessor Especial 1 (AS-1) no gabinete da presidência da Somar. Ele foi admitido em 01 de junho de 2021 e desligado em 01 de janeiro de 2025. O caso também será levado pelo prefeito Washington Quaquá à Comissão de Ética do Partido dos Trabalhadores (PT).