Fóssil de dinossauro estimado em 80 milhões de anos é encontrado em obra

Redação PH

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Fóssil de dinossauro estimado em 80 milhões de anos é encontrado em obra

Parte do fêmur de um titanossauro, grupo de dinossauros que viveu na Terra há cerca de 80 milhões de anos, foi encontrada durante as escavações para a construção de um condomínio residencial em Uberaba, no Triângulo Mineiro. A descoberta aconteceu no mês de fevereiro e o fóssil está no Complexo Cultural e Científico de Peirópolis, da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), onde será estudado.

Segundo o geólogo da instituição, Luiz Carlos Borges Ribeiro, aparentemente o fóssil não representa nenhum grande avanço aos estudos realizados na região. Isso porque outros fósseis do mesmo grupo de dinossauros e até de outras espécies de animais pré-históricos já foram encontrados na área, o que levou a cidade a ser conhecida como a "terra dos dinossauros do Brasil".

Mas, ele explica que a importância maior desta descoberta foi a possibilidade de reacender a discussão sobre o acompanhamento da paleontologia nas obras de grande porte realizadas no município. Ribeiro explica que o território de Uberaba é bastante rico em fósseis e, em escavações muito profundas, como as realizadas durante a construção desde condomínio, as chances de encontrar vestígios da vida pré-histórica são muito grandes.

— Em todo município de Uberaba temos registros de descobertas de rochas contendo fósseis. Na verdade, 95% da cidade está sobre rochas fossilíacas e, nos últimos dois anos, temos sido chamados constantemente a recuperar fósseis encontrados pelo município.

Entretanto, ele pontua que, quando se faz um acompanhamento de especialistas em rochas desde o início da obra, a possibilidade de encontrar novas ossadas ou de recuperá-los inteiros são muito maiores. No caso do fêmur de titanossauro, apenas 30 cm do osso do animal foi achado e acredita-se que ele seria de aproximadamente 1,20m.

Ainda segundo Ribeiro, há cerca de dois anos, uma equipe da UFTM teve os primeiros indícios de que a região tinha fósseis. Isso teria acontecido durante as escavações para a construção de shopping, em um terreno ao lado de onde está sendo erguido o condomínio residencial. Entretanto, na época, os pesquisadores não conseguiram autorização para acompanhar a obra.

Mas, desta vez, os cientistas foram acionados por uma bióloga da própria obra e, com a intervenção do Ministério Público, conseguiram participar do final das intervenções, onde também encontraram fósseis aparentemente de tartarugas.

— Foram retiradas cerca de 120 mil toneladas de rocha e não acompanhamos nem 2% disso. Ou seja, um grande prejuízo para o patrimônio fóssil brasileiro, pois se tivéssemos monitorado as escavações desde o início muito mais poderia ter sido achado.

Ele aponta também que, muitas empresas criam empecilho aos paleontólogos com receio de que isso possa atrasar as obras. Entretanto, o geólogo explica que quando uma rocha fossilizada é encontrada, ela é simplesmente retirada e as máquinas voltam ao trabalho. E, como geralmente essas escavações acontecem em áreas muito grandes, não é necessário que as atividades parem, basta que as máquinas sigam para outro lado do terreno enquanto a rocha é removida.

— É possível aliar desenvolvimento e paleontologia e isso inclusive é muito bom porque não temos recursos para grandes escavações. Então, a construção civil pode ser uma grande aliada da pesquisa paleontológica e, no caso de Uberaba principalmente, já que a possibilidade de encontrar fósseis aqui é mais elevada do que em outras localidades.

Terra dos dinossauros

Desde a década de 1940, há registros de encontro de fósseis em Uberaba, especialmente na vila de Peirópolis. Além de dinossauros, outros animais também foram descobertos na região como uma rã de 12 cm e que, até então, foi a única de sua espécie encontrada em todo o mundo. Também houve um crocodilo cujo fóssil foi resgatado inteiro, algo raro na paleontologia.

A partir de então, a cidade ficou conhecida como "terra dos dinossauros do Brasil" e, em 1991, foi implantado o Centro de Pesquisas Paleontológicas da UFTM e criado o Museu dos Dinossauros, que expõe réplicas de dinossauros em tamanho natural e alguns dos fósseis encontrados na região.

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