Fisioterapia e Terapia Ocupacional após o câncer de mama

Caroline Cunha Morita e Ana Luiza Horst

Caroline Cunha Morita e Ana Luiza Horst

Fisioterapia e Terapia Ocupacional após o câncer de mama

Com mais de 66 mil casos estimados para 2021, o câncer de mama é um dos tipos mais comuns entre mulheres, e o outubro rosa tem como objetivo divulgar informações sobre esta doença. Muito se fala sobre diagnóstico precoce, sintomas e tratamentos, e neste artigo queremos trazer algumas informações sobre a vida após o tratamento.

Uma das terapias mais comuns para o tratamento do câncer de mama é a cirurgia, que pode ser a retirada apenas de parte da mama ou, a depender do caso, da mama inteira. Quem já fez ou conhece quem realizou este tratamento, deve saber dos transtornos que vem após a cirurgia. Insegurança, dores e problemas de mobilidade são algumas das coisas que afetam o retorno ao cotidiano.

Neste aspecto, ganha destaque uma dupla de profissionais que tem como objetivo trabalhar tanto o lado emocional quanto o físico da paciente após a doença. O Fisioterapeuta, junto com o Terapeuta Ocupacional, podem trabalhar para devolver a autonomia nas chamadas Atividades da Vida Diária e a reinserção dessa paciente ao meio social.

Inchaços, desconforto respiratório, dificuldades em mover o braço, dores, medos e insegurança são alguns dos efeitos pós tratamento que recebem a atenção destes profissionais que podem trabalhar juntos, tendo objetivos comuns apesar das diferenças entre as profissões. Aliás, são justamente essas diferenças que, na integração entre as partes, proporcionam um tratamento mais completo à paciente.

Por meio de exercícios, alongamentos, massagens e relaxamentos, o profissional Fisioterapeuta realiza sessões que estimulam a circulação, cicatrização, diminuem a dor, previnem complicações nos tendões e músculos e ajudam a paciente a recuperar uma postura adequada. Outra frente de trabalho no atendimento fisioterapêutico é no aumento da capacidade respiratória, que pode ter sido afetada pelo procedimento cirúrgico.

Já a terapia ocupacional pode lançar mão de tecnologias assistivas, como órteses e adaptadores, com o objetivo de auxiliar na reabilitação e na rotina da paciente. Com atividades lúdicas, o profissional estimula os movimentos da paciente enquanto observa suas limitações e orienta nos cuidados e etapas da reabilitação.

O olhar holístico do Terapeuta Ocupacional significa que fatores como o medo, a insegurança, preconceito, relações familiares e de amizade também podem ser trabalhadas e, nos casos necessários, encaminhados para atendimento complementar com outros profissionais.

Realizar um trabalho conjunto entre Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais proporciona diferentes visões e abordagens sobre a doença e reabilitação e, juntas as duas profissões podem oferecer muito mais à paciente.

Presença da terapia ocupacional no ambiente hospitalar.

Talvez muitos estranhem o termo Terapia Ocupacional, e os que o conhecem, provavelmente são mais familiares com o atendimento em clínicas especializadas. No entanto, a Terapia Ocupacional é uma atividade tão necessária quanto a Fisioterapia dentro de um Hospital. No trabalho conjunto, os dois profissionais podem reduzir o tempo de internação dos pacientes, melhorar a autoestima e os aspectos psicológicos bem como reduzir os efeitos colaterais deixados pelos tratamentos.

No Hospital de Câncer de Mato Grosso, a Terapia Ocupacional está presente na UTI adulta, UTI pediátrica e enfermaria, trabalhando junto à Fisioterapia e demais profissionais para oferecer o melhor a cada paciente.

Da mesma forma que cada paciente tem a sua personalidade e peculiaridades, cada profissão também carrega seus diferentes pontos de vista. Ao invés do embate, procuramos a soma dessas diferenças para Ressignificar o tratamento e o cuidado. Ressignificar é ter muitos olhares, diferentes ângulos e pontos de vista, ao mesmo tempo em que consideramos todos eles.

Que a cada dia sejamos capazes de, assim como a colaboração entre diferentes profissionais, Ressignificar nossos momentos e permitir a colaboração entre diferentes acontecimentos. Neste outubro rosa, lembramos também que o câncer para muitos é o Fim, e para outros pode ser um meio. Independente de qual seja, e apesar da finitude humana, nossa equipe estará aqui, pronta para te ajudar, com infinito carinho.

Caroline Cunha Morita – RT de Fisioterapia HcanMT

Ana Luiza Horst – TO do HcanMT

+ Acessados

Veja Também