Família de refugiados sírios ganha apartamento mobiliado em Cuiabá

Redação PH

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Família de refugiados sírios ganha apartamento mobiliado em Cuiabá

Uma família de refugiados da Síria foi recebida por voluntários nesta quarta-feira (30), no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Um grupo de pessoas se mobilizou para ajudar a família a se mudar para a capital mato-grossense e começar uma nova vida. Os sírios ganharam um apartamento mobiliado, fruto de doações dos voluntários e de outras pessoas que se sentiram sensibilizadas com a causa.

A família também ganhou as passagens para a viagem de São Paulo a Cuiabá. No aeroporto, os voluntários levaram balões e vestiram camisetas azuis com a seguinte frase: ‘A paz no mundo começa em mim’. As palavras foram escritas em árabe, português e inglês.

O casal Fadi Bali e Wafia Al Halabi e as filhas Mirelle Bali e Lida Bali, de 10 e 11 anos, respectivamente, terão assistência médica, jurídica e educacional, todas oferecidas pelo grupo voluntário.

Emocionado, Fadi agradeceu, em inglês, o acolhimento e arriscou algumas palavras em português. “Obrigado, muito obrigado. É um novo começo para nossa família, temos certeza que é a mão de Deus. Obrigado, Cuiabá”, declarou.

A ideia de ajudar a família síria veio dos empresários Vagner Giglio e Emili Ayoub Giglio. O casal cuiabano fez uma viagem pelo oriente médio e decidiu ajudar os refugiados. A família e o casal de Cuiabá se conheceram através de um cônsul da Síria.

Eles começaram a mobilizar as doações e ajuda através de redes sociais e aplicativos de celulares. “Esse grupo está dando uma oportunidade e aconchego familiar, independentemente da etnia de cada um. É muito importante acolher as pessoas. E fazer algo pelo próximo, como aquilo que gostaria que alguém fizesse por você, é a maior benção que alguém pode ter”, disse Emili, que é bisneta de sírios.

Fadi é médico radiologista e Wafia é médica anestesista. Eles moravam em Damasco, capital da Síria, e viram a guerra se aproximar da realidade da família em 2013. Fadi e Wafia conviveram com bombas, desespero e gritos de moradores. O maior susto, segundo eles, foi quando a escola onde as filhas estudavam foi atingida por explosivos.

Há sete meses, a família a decidiu vir para o Brasil. Ficou sete meses em São Paulo. No entanto, não arrumaram emprego porque não conseguiram revalidar os documentos profissionais. Além disso, a família vivia de maneira improvisada na cidade, até que o contrato da casa onde morava venceu e passaram a pensar em se mudar de São Paulo.

Casal sírio veio para Cuiabá com as filhas Mirelle Bali (esquerda) e Lida Bali (direita) (Foto: Denise Soares/G1)

Foi nesse momento que surgiu a mobilização de vir para a capital mato-grossense. Segundo Vagner e Emili, os médicos terão toda a assistência e suporte para revalidar os diplomas e poderem voltar a exercer a profissão na cidade. O grupo também tenta bolsas de estudo para as crianças, além de oferecerem aulas de língua portuguesa para toda a família. Em São Paulo, a família fez um curso de 60 dias para aprender português.

Apartamento que a família ganhou já tem o aluguel pago por um ano (Foto: Reprodução/TVCA)

“Ver a alegria da família, quando falamos que conseguimos uma mesinha, um jogo de panela, é muito gratificante. Estamos nos sentindo úteis”, declarou o empresário Vagner.

O apartamento que a família ganhou já tem o aluguel pago por um ano. Os voluntários conseguiram praticamente todos os móveis, como sofá, cama, armário, fogão, mesa, tapetes, eletrodomésticos e encheram a dispensa do novo lar da família síria.

Família desembarcou em Cuiabá e foi recebida por voluntários que conseguiram as doações (Foto: Denise Soares/G1)

“Tudo que entendemos que fosse necessário está pronto. O apartamento está pronto e mobiliado. A dispensa está pronta com alimentos e remédios. Tudo que uma casa comum tem eles terão. Nós brasileiros temos um calor humano dentro e gostamos de fazer isso. Nada melhor do que recepcioná-los e fazer com que eles se sintam bem, pois eles estão assustados”, comentou Vagner.

A partir de agora o grupo vai acompanhar a família e continuar ajudando até que eles consigam se manter na capital mato-grossense. Os voluntários dividiram o trabalho por setores, por exemplo, alguns vão ajudar com a alimentação, outros com o estudo das crianças e outros com o lado profissional.

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