Falta de patrocínio obriga dupla a vender doces para disputar o Mundial de Triatlo

Redação PH

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Falta de patrocínio obriga dupla a vender doces para disputar o Mundial de Triatlo

Não basta correr, nadar e pedalar. É preciso fazer mais. Classificadas para a disputa do Mundial de Triatlo, em Chicago, nos Estados Unidos, entre 16 e 20 de setembro, as gaúchas Daniela Ongaratto e Stéphanie Perrone tentam financiar a viagem para competir. Para arrecadar dinheiro, a dupla, concorrente nas provas, mas amigas fora delas, vende bolos e biscoitos. Stéphanie coloca a mão na massa e Daniela cuida mais da venda dos produtos.

A alegria que aflorou quando a carta de Confederação Brasileira de Triatlo foi encontrada na caixa do correio se transformou em preocupação. Dentro do envelope a convocação para a disputa da competição em setembro. Na última linha a entidade deixava bem claro que todos os custos da viagem eram por conta das atletas, já que ainda disputam a prova como amadoras.

Aos 29 anos, a educadora física Daniele é vice-campeã brasileira de triatlo em sua categoria. Uma ano mais jovem, a jornalista Stéphanie e tetracampeã estadual e vice-campeã brasileira de aquatlo, que combina corrida e natação. Em 2013, ela foi a Londres participar do mundial terminando em 19º lugar em sua categoria.

Além dos custos com passagem e hospedagem, em um momento de desvalorização do real, também é necessário o pagamento da inscrição. Stéphanie desembolsará em torno de R$ 900 para participar de uma prova. Daniele desembolsará R$ 1,6 mil para competir em duas modalidades. A intenção era participar dos três eventos a serem realizados em Chigado, o que daria um custo de R$ 2,1 mil só em inscrições. Na espera por uma melhor cotação do dólar, elas esperarão mais alguns dias para realizar a inscrição.

“É muito caro. Temos que bancar tudo e, além disso, temos a manutenção dos equipamentos”, pondera Daniela. Seu objetivo era se inscrever também para a disputa do Ironman de 2016, cujas inscrições precisam ser feitas agora, mas o orçamento ficou curto.

Desde março elas comercializam com amigos, na academia e no clube os doces feitos por Stéphanie. São dois tipos. Os biscoitos são feitos por encomenda. O bolo de chocolate tem maior saída e custa R$ 5 a fatia. O valor está ajudando a pagar as inscrições. Para chegar a este nível, as duas foram movidas pela paixão pelo esporte, custeando tudo do próprio bolso e com a ajuda de “paitrocínio”.

“É meio que um sofrimento, mas a gente gosta. O esporte é a minha vida desde os sete anos”, relata Stéphanie.

A busca por parcerias é constante mesmo que raramente algum apoio surja. Até mesmo a marca da pasta de amendoim utilizada para fazer o bolo foi contatada na busca por um patrocínio. “Nem responderam”, reclama Stéphanie.

Precisando trabalhar e cozinhar para sustentar a paixão pelo esporte, treinar em três turnos, correr, pedalar e nadar parecem até a parte mais fácil da história.

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