Falar sobre câncer de mama nunca é demais, defende oncologista

Falar sobre câncer de mama nunca é demais, defende oncologista

Falar sobre câncer de mama nunca é demais, defende oncologista

Todos os anos, durante o mês de outubro, o país é inundado por campanhas de alerta sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e, mais recentemente, do câncer de colo do útero.

Na verdade, há uma intensificação, mas o assunto volta e meia é retomado no restante do ano. Isto porque nunca é demais falar sobre a doença.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa de novos casos de câncer de mama é de 59 mil somente em 2018.

Ainda de acordo com a instituição, é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 28% a cada ano.

E as estatísticas indicam um aumento da incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos que estão em desenvolvimento.

O aparecimento é relativamente raro antes dos 35 anos, mas acima desta idade cresce progressivamente, em especial após os 50 anos. Por isso os médicos e especialistas indicam exames de imagem (mamografia e ultrassom) regulares a partir dos 40 anos.

Esse é o período da perimenopausa, em que a glândula mamária começa a ser substituída por tecido gorduroso.

A mulher começa a diminuir a produção de hormônios que têm função reprodutiva e a entrar no período da menopausa”, explica Danielly Gobbi, cirurgiã oncológica da Clínica Oncomed.

A rotina de verificação, no entanto, deve ser iniciada mais cedo, por volta dos 25 anos, com o autoexame das mamas, acrescenta a oncologista.

São informações largamente disseminadas e, mesmo assim, tem se verificado no país uma diminuição no número de exames como a mamografia. Em muitos casos não houve redução da disponibilidade, mas da aderência a ele, lamenta Danielly.

Há pacientes que deixam de fazer porque têm medo ou porque alguém falou que dói, incomoda, exemplifica a médica.

Mas há uma grande parcela que simplesmente não tem como fazê-lo, já que os mamógrafos estão concentrados nas capitais e nas regiões centrais das cidades, lembra.

Os exames de imagem são importantes porque eles conseguem fazer a detecção precoce. Hoje se sabe que quanto mais cedo for feita a identificação e iniciado o tratamento, mais chances a pessoa tem de se curar.

“No autoexame a gente consegue achar nodulações a partir de 1,0 cm e 1,5 cm, dependendo da posição a lesão. Já a mamografia e o ultrassom de mama identificam lesões ainda menores.

“Encontrar lesões precoces, portanto, está diretamente relacionado à aderência ao exame de imagem, a frequência e a periodicidade corretas”, frisa Danielly.

Alguns mitos também contribuem para que não haja uma aderência maior, alerta a oncologista. Muitas pacientes que não fazem exames atribuem a decisão ao fato de não haver casos de câncer na família.

“Isso é um grande erro, porque a maioria dos cânceres acomete mulheres que nunca tiveram casos de câncer de mama na família”.

“As que já passaram por isso com familiares geralmente estão alertas. Os dois fatores básicos para desenvolver a doença são ser mulher e envelhecer. E isso a gente não pode mudar”, explica a médica.

O que se pode fazer é adotar um estilo de vida que contribua para a prevenção. “Não fumar, manter o peso ideal, alimentar-se corretamente e fazer atividades físicas são hábitos que, comprovadamente, diminuem a recidiva de câncer em mulheres que já tiveram e diminui a incidência naquelas que nunca tiveram”, garante a oncologista.

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