Etanolduto, logística e negócios em Mato Grosso

Etanolduto, logística e negócios em Mato Grosso

Etanolduto, logística e negócios em Mato Grosso

O segmento de etanol está com estimativa de bom desempenho para este e os próximos anos, o que vai impactar a economia de Mato Grosso de modo diversificado. Há indicadores relativo a isso. A principal questão do momento que deve trazer dinamismo e desenvolvimento aos ‘business’ do Estado é o chamado etanolduto (tubulação para transporte de etanol). O produto vai interferir sobremaneira na produção agrícola, na arrecadação de tributos, na oferta de combustível renovável a partir do milho, na geração de emprego e renda e nos investimentos como um todo. Há previsão de recursos de R$ 4,5 bilhões para se investir. Uma operadora de duto do setor já dispõe de R$ 1,8 bilhão do BNDES para aplicar em negócios.

Os números dimensionam o tamanho do movimento que o etanol de milho proporcionará à economia em geral e aos negócios (business) em Mato Grosso. Somente em 2018 foi pago ao governo, em ICMS, R$ 80 milhões. A previsão é que seja recolhido R$ 420 milhões de ICMS do etanol em 2020, segundo a direção do Sindalcool. Em 2015 a receita de ICMS do etanol somou R$ 25 milhões. Tudo relativo ao etanol hidratado, citam informações do Sindalcool.

O Estado tem estimativa de produzir 28,7 milhões de toneladas de milho, na safra 2018/2019, de acordo com o Imea. O volume pode dobrar em poucos anos, atestam operadores do mercado. Nas últimas cinco safras agrícolas, a expansão da produção somou 62,4 por cento. Já o consumo estadual de etanol em 2018 totalizou 840 milhões de litros.

O etanolduto prevê um meio de logística de Senador Canedo (Goiás) ao Estado de Mato Grosso, com proposta de ser construído ao longo da faixa de servidão da rodovia federal BR-070 (Brasília – Cuiabá), como forma de menor custo do empreendimento. A estimativa é que se faça 200 km de construção do duto por ano. O projeto do etanolduto deve custar cerca de R$ 16 milhões a R$ 18 milhões e a proposta é que a MTPar (braço de financiamento do governo de Mato Grosso) desembolse o valor, conforme sugestão do Sindalcool. Um dos ativos da cadeia é o DDG (grãos secos por destilação), subproduto do farelo de milho. Seus nutrientes são usados na alimentação de gado e para suplemento da produção leiteira.

Ainda de acordo com o Sindalcool, há usinas em construção em Sorriso, Sinop e Campo Novo do Parecis. Além de projetos para construção de empreendimentos dessa modalidade em Jaciara, Nova Marilândia, Nova Mutum e Vera. E estudos para sete novas usinas em Nova Olímpia, Barra do Bugres, Campo Novo do Parecis, Primavera do Leste, Cáceres, Alto Garças e Alto Taquari.

Os dados têm demonstrado que a tendência é que haja ações sinérgicas do setor produtivo, das entidades privadas e, principalmente, do poder público em buscar parcerias e alternativas com vistas à efetivação de infraestruturas viáveis, logísticas adequadas e planejadas, visando em definitivo o verdadeiro desenvolvimento econômico do abastado Estado de Mato Grosso.

Em síntese, quando se fala em etanol é fundamental destacar que se trata de um produto e uma indústria limpa, imperativo dos negócios no mundo atual. E aqui, se diz apenas do poder de empreendimentos, serviços, negócios no mercado de etanol de milho, com sua cadeia de transformação. Cabe ressaltar que na crise energética do petróleo da década de 1970 , o Brasil foi protagonista do etanol a partir da cana-de-açúcar, com o Pró-Alcool, com sucessivas atualizações tecnológicas. Agora, chegou a vez do milho liderar e consolidar nos negócios o modelo de matriz energética e de investimentos alternativos que Mato Grosso precisa.

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Welyda Cristina de Carvalho é advogada, pós-graduada em Direito Processual Civil e fez intercâmbio em Sunshine Coast, na Austrália. [email protected]

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