Especialistas alertam pais e alunos sobre limites e liberdade nas redes sociais em escola de Cuiabá

Especialistas alertam pais e alunos sobre limites e liberdade nas redes sociais em escola de Cuiabá

Especialistas alertam pais e alunos sobre limites e liberdade nas redes sociais em escola de Cuiabá

Profissionais das áreas de saúde e jurídica de Cuiabá e pais de alunos dos 8º e 9º Anos do Ensino Fundamental II se reuniram na noite desta quarta-feira (11) para debater sobre limites, liberdade e redes sociais.

A mesa redonda, de acordo com a Irmã Marluce Almeida, diretora  do Colégio Notre Dame de Lourdes, vem ao encontro de questionamentos comuns nos dias atuais entre os pais a respeito da influência da internet no cotidiano dos filhos.

“A internet não é uma terra sem lei”, alertou o promotor de Justiça Wagner Fachone, que se reuniu durante o dia com os próprios alunos do 8º e 9º Anos para falar sobre o tema de forma clara e objetiva.

O promotor lembrou que a ferramenta é de fácil manuseio, mas dependendo do que se faz na internet há consequências jurídicas. “Dos 12 aos 18 anos eles já respondem pelo ato infracional, que é o crime”.

Fachone também observou que é preciso ter sempre em mente que esse campo de atuação – a internet – não é um ambiente privado. “Esse ambiente é tão público quanto a rua ou a praça pública. E isso traz consequências”.

Neste sentido, o promotor ressaltou que é preciso se atentar para que os filhos não fiquem tão à vontade nas redes sociais – o que vale para todos os internautas – porque a internet não é um ambiente seguro. “É possível que alguém compartilhe o que foi postado trazendo danos irreparáveis”.

A prática do bullying foi citada como exemplo pelo promotor. “Antes ele acontecia de maneira rápida, como nos intervalos da escola, e logo se resolvia. Hoje, porém, com o cyberbullying, o problema parece não ter fim porque uma vez colocado na internet sempre ficará algo no mundo virtual, não sendo possível recuperar totalmente a questão. É como enxugar gelo”.

Cyberbullying é um tipo de violência praticada contra alguém através da internet ou de outras tecnologias relacionadas. Praticar cyberbullying significa usar o espaço virtual para intimidar e hostilizar uma pessoa (colega de escola, professores, ou mesmo desconhecidos), difamando, insultando ou atacando covardemente.

“E cabem sanções a quem faz uso deste tipo de prática”, alertou o promotor, observando que se um adolescente pratica um ato infracional desta natureza – assim como outros – poderá sofrer consequências sem precedentes, com repercussão negativa na vida adulta. Nós conversamos com os alunos mostrando a realidade, até para que ele possa se sentir mais responsáveis pelos atos que praticam”, contextualizou o promotor Wagner Fachone.

Influência nas redes sociais

A médica Lia Rachel Chaves do Amaral Pelloso abordou sobre a o aumento do consumo de álcool, cigarro, energéticos e drogas ilícitas entre os adolescentes, e que também é preciso ficar atento ao comportamento dos filhos neste sentido tanto quanto na forma como eles utilizam as redes sociais.

A psicóloga comportamental Nádia Junqueira Franco defendeu a importância da abordagem e do acolhimento no trato em relação ao uso da internet e das redes sociais. “Eu acho que é importante discutir este tema em todos os contextos, acolher esta demanda, ver o que está acontecendo e direcionar de uma forma mais rica, além da imposição de regras”.

A especialista explicou que a criança é muito receptiva e que se ela se sentir ouvida, considerada e acolhida, vai conseguir absorver muitas informações e aí fazer escolhas, interiorizar as mensagens que os pais e profissionais responsáveis lhes passarem.

“A base familiar às vezes não é suficiente”, pontuou a médica Paula Fabris, ao lembrar que todas essas questões citadas pela Dra. Lia Pelloso entram nas residências das famílias pelo celular e lamentou que, inclusive, já atendeu adolescentes internados pelo excesso de consumo de entorpecentes.

O médico Carlos Fabris alertou, por outro lado, sobre o aumento a incidência de gravidez na adolescência em todas as camadas sociais. “A família tem que estar orientando os filhos para prevenção de gravidez e doenças sexualmente transmissível como HPV, sífilis, e até mesmo a Aids. Não podemos pensar que estamos longe destes problemas. Então, o importante é a orientação”, ponderou.

A mesa redonda foi intermediada pela psicóloga Maria Eduarda Santos Costa Guedes, mãe de dois alunos do colégio Notre Dame de Lourdes, que destacou a importância de se debater um tema tão atual e preocupante.

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