Escolas estaduais trabalham com a integração e socialização de estudantes especiais

Escolas estaduais trabalham com a integração e socialização de estudantes especiais
Alunos da Escola Estadual Livre Aprender em suas atividades diárias - Foto por: Christiano Antonocci

Escolas estaduais trabalham com a integração e socialização de estudantes especiais

No dia internacional da Síndrome de Down, celebrado no dia 21 de março, a rede estadual de ensino tem um histórico a comemorar, pois  atende mais de 9.600 estudantes especiais, entre Síndrome de Down e deficiências intelectual e mental.

Esses alunos estão matriculados em escolas especializadas e também no ensino regular. Nas duas modalidades, a Seduc disponibiliza uma sala multifuncional com professores especializados, atendendo individualmente os alunos no contraturno.

Conforme a superintendente de Políticas de Diversidades Educacionais, Lúcia Santos, integrar um aluno especial numa sala de aula comum, faz parte da filosofia da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) que é garantir a socialização dos estudantes. “O convívio faz com que eles acabam se enturmando com os demais colegas”.

É o caso da Escola Estadual Pedro Gardés, em Várzea Grande, que tem cinco estudantes matriculados,  de 14 anos de idade, todos no ensino fundamental. São dois no 9º ano (matutino) e três no 7º ano (vespertino).

Segundo o diretor da escola, José Cícero da Mota, é um trabalho gratificante trabalhar a socialização desses alunos , pois eles  têm suas especificidades em relação ao grau de acompanhamento da aprendizagem. Para garantir um atendimento completo, a escola disponibiliza uma sala multifuncional.

“Nosso trabalho de inclusão social inclui os demais alunos que acabam dando uma atenção maior aos colegas, ajudam no que for preciso. Nasce aí uma amizade sincera entre eles, com muita compreensão, pois acabam interagindo. Por outro lado, nossos alunos especiais não ficam parados no canto da sala, eles participam de tudo”, comemora.

Para ter tantos alunos especiais, principalmente com Síndrome de Down, o gestor acredita que todo o empenho dos profissionais da educação da escola faz a diferença. Ele lembra que a procura por vagas para alunos especiais é muito grande na escola. “Mais que ensinar, fazemos um trabalho de socialização. Os resultados são espetaculares”.

Livre Aprender

Com mais de 60 alunos com Síndrome de Down, a Escola Estadual Livre Aprender, no Bairro Areão, em Cuiabá, é a maior no número de atendimentos. A maior parte é do sexo feminino, na faixa etária de 15 a 35 anos. Os hábitos mais básicos, os alunos aprenderam na escola.

Como eles adoram cozinhar, a escola tem uma  cozinha experimental para atendê-los. São quatro horas semanais fazendo atividades culinárias e seus complementos, como arrumar a mesa e lavar a louça.  “O que é comum para as pessoas, para eles é uma conquista diária”, ressalta a psicóloga Georgia Felfili Fortes .

Trabalhando há mais de 13 anos na escola, a psicóloga ressalta que a escola atende o aluno por completo. “A orientação é em tudo: higiene, autoestima e motivação. Principalmente em relação a reeducação alimentar”.

A psicóloga lembra que os alunos com Síndrome de Down ensinam sinceridade e lealdade. “Quando você precisa de ajuda, eles não perguntam, eles ajudam”, completa.

O número de alunos com Síndrome de Down atendidos pela Seduc é ampliado com os convênios com as 64 Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs) e 15 Sociedade Pestalozzi. Essas associações prestam assistência nas áreas de saúde, educação e capacitação profissional para crianças e jovens de até 22 anos, com deficiência intelectual.

Dia Especial

Luciana Bettiol, ativadora da Rede do Movimento Down, explica em postagem no site que o dia foi inteligentemente escolhido porque a é uma alteração genética no cromossomo “21”, que deve ser formado por um par, mas no caso das pessoas com a síndrome, aparece com “3” exemplares (trissomia).

Ela lembra que a  ideia surgiu na Down Syndrome Internacional, na pessoa do geneticista da Universidade de Genebra, Stylianos E. Antonorakis, e foi referendada pela Organização das Nações Unidas em seu calendário oficial.

Segundo ela, o mais interessante é que a origem da data é a sua razão de existir. Afinal, por que comemorar uma síndrome?! Oficialmente estabelecida em 2006 e amplamente divulgada, essa data tem por finalidade dar visibilidade ao tema, reduzindo a origem do preconceito, que é a falta de informação correta.

Em outras palavras, combater o “mito” que teima em transformar uma diferença num rótulo, numa sociedade cada vez mais sem tempo, sensibilidade ou paciência para o “diferente”.

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