Escola reúne comunidade para debater exploração sexual de crianças e adolescentes

Escola reúne comunidade para debater exploração sexual de crianças e adolescentes
No sábado (18), é o Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes - Foto por: Assessoria Seduc MT

Escola reúne comunidade para debater exploração sexual de crianças e adolescentes

No próximo sábado (18), é o Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e em alusão à data a Escola Estadual Professora Francisca de Souza Alencar, localizada no município de Nova Olímpia (207 quilômetros de Cuiabá), promoveu um evento para debater sobre a exploração sexual de crianças e adolescentes.

Com a temática “Dê voz a quem não tem. Diga não à violência sexual”, o evento foi realizado em parceria com a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Ação Social, e o Conselho Tutelar e reuniu alunos, profissionais da educação, pais e pessoas ligadas a questões sociais.

Conforme o diretor da escola, José Expedito Mariano da Silva, o município de Nova Olímpia tem registrado alto índice de abuso e exploração sexual contra crianças, adolescentes e jovens e o evento foi pensado para chamar a atenção da população para essa problemática e também alertar aos alunos sobre a importância de denunciar e se defender contra tal ato.

“A escola tem esse olhar de proteção aos alunos e esse projeto vem ampliar o nosso campo de trabalho, assim nossos profissionais terão maior foco no tratamento e cuidado com os mesmos, orientando-os para que, se um dia vierem a sofrer algum tipo de ameaça, seja física ou psicológica, eles possam procurar ajuda”.

O diretor lembrou que os alunos podem procurar ajuda na família, dentro da própria escola ou com alguém de confiança. “Mas se eles não se sentirem seguros para denunciar a uma pessoa física, também podem denunciar no Disque 100, procurar a polícia militar, a polícia civil ou o conselho tutelar e assim garantir que seus direitos, seu corpo e a sua saúde mental sejam preservados”.

A professora de ciências biológicas Sônia de Lima destacou que os educadores trabalham o tema também em sala, com orientações aos alunos para tentar minimizar o problema. “Esse evento é algo de grande relevância, porque abrange toda a comunidade escolar no intuito de alertar e conscientizar a população sobre os cuidados com as nossas crianças e adolescentes”.

Outra professora envolvida no projeto, Rozineide Pereira Alves de França, de ciências biológicas, explicou que trabalham o tema com os alunos de toda a faixa etária, do ensino fundamental ao médio. “Muito alunos passam por isso em silêncio. E nós frisamos a importância de conversar mais, se abrir com pessoas de confiança e procurar ajuda. É importante que eles entendam que não estão sozinhos”, observou a professora.

Os alunos deixaram claro que entenderam o recado. “Muitos alunos sofrem e não tem com quem falar. Eu, por exemplo, tenho uma amiga que passou por isso e ficou muito tempo sem ter coragem de se abrir com alguém. Palestras como essa incentiva a gente a falar”, completou a aluna do 8º ano, Camila Caetano da Silva.

“Sabemos que alguns colegas da escola passam por isso e muitas vezes não têm coragem de falar com os pais. Alguns deles até se abrem com amigos, mas pedem segredo. Com essas palestras vão se conscientizar que precisam denunciar”, disse o aluno do 3º ano Luiz Felipe da Silva Santos, que representa o Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar (CDCE).

“Ter uma pessoa especializada nessa área, como um psicólogo, para debater o assunto com a gente é muito importante, porque muitas crianças e adolescentes não têm o entendimento do que é ter o seu corpo violado. E assim eles passam a entender que seu corpo é valioso e vão procurar ajuda”, ressaltou a aluna Erica Barbosa dos Santos, do 3º ano.

O professor da Sala de Recurso Multifuncional Adakciel Tiago Martins Braz, ressaltou que a população do município, prefeitura, câmara de vereadores, conselho tutelar e várias instituições parcerias, se uniram e estão determinadas a mudar o quadro de alto índice de abuso contra crianças e adolescentes.

“Essa é a nossa realidade hoje, mas o município de Nova Olímpia está começando a acordar e a ter outro olhar para essa situação. Vamos trabalhar isso em sala de aula, envolvendo professores, gestores e assessores pedagógicos para conscientizar e sensibilizar a todos”, disse o professor.

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