Ramiro José Lourenço foi um dos grandes ícones no município de Campo Verde, fazendo o diferencial na educação de várias crianças, por isso o deputado estadual Max Russi (PSB) resolveu prestar homenagem a este homem por meio do Projeto de Lei nº 21/2016, dando seu nome para a Escola Estadual do Assentamento de Santo Antônio da Fartura.
O assentamento é considerado modelo para o Estado de Mato Grosso, sendo reconhecido pela sua produtividade e organização. Segundo estimativas de 2013, há uma média de 600 famílias vivendo na comunidade que são beneficiadas com educação infantil, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O parlamentar apresentou o PL em fevereiro deste ano. Após passar pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura e Desporto, o projeto teve parecer favorável e está apto para apreciação há uma semana.
Homenageado – Ramiro José Lourenço chegou à região da Fazenda Santo Antônio da Fartura em 1968, casado com Rosa Maria de Oliveira Lourenço pai de quatorze filhos, lavrador e carpinteiro. No ano de 1972, contratou uma professora, com o pouco que ganhava na fazenda, para lecionar para seus filhos e crianças de outras famílias da região, pois nessa época não havia transporte escolar gratuito e não tinham condições financeiras de pagar pela locomoção.
Em 1976 conseguiu dar continuidade nos estudos a três de seus filhos na escola de São Vicente, nomeada de Escola Agrícola Gustavo Dutra. Sendo assim, seus filhos passaram a morar na casa de um casal de conhecidos. Ramiro para efetuar o pagamento trazia da roça feijão, arroz e outros produtos, que eram cultivados na propriedade.
Após três anos, conseguiu construir uma casa de palha nas margens da Rodovia BR 364, onde foram morar sua esposa e seus filhos, dessa forma os outros filhos puderem estudar na Escola 1° e 2° Grau Gustavo Dutra.
Rosa Maria conseguiu um emprega de cozinheira na Escola que hoje é conhecida como SEFET, hoje está aposentada e continua residindo no Assentamento Santo Antônio da Fartura em um lote que conseguiram com muito suor e luta.
Ramiro continuou trabalhando na fazenda para ajudar nos estudos dos seus filhos, pois sempre dizia que sem o estudo eles não seriam nada. Ele veio a falecer no dia 18 de outubro de 1988.