Empresa lança spray de gás da ‘prima da pimenta’ para uso pessoal

Redação PH

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Empresa lança spray de gás da ‘prima da pimenta’ para uso pessoal

Uma empresa de armamentos não-letais anunciou esta semana o lançamento no Brasil o primeiro spray que contém gás semelhante à pimenta e que pode ser comprado e usado pela população para defesa pessoal.

O produto começará a ser vendido em maio e é feito de uma substância chamada piperina, considerada pelo CEO da Condor, Paulo Amorim, como a "prima-irmã" da pimenta.

A Condor diz ter visto na piperina a oportunidade de chegar ao público em geral, já que os sprays de pimenta têm a venda e o uso controlado e fiscalizado pelo Exército a somente órgãos de segurança pública, como guardas civis municipais, políciais civis e militares e Forças Armadas.

A Condor é a maior fabricante de munições não-letais do país, como gases pimenta e lacrimogêneo e balas de borracha, vendidas para todas as Políciais Militares e Civis e exportada para vários países, inclusive tendo sido usada nos conflitos no Oriente Médio.

Chamado de "Defensor", o spray de piperina será oferecido em duas versões: uma de spray, de 50 gramas, e um mini, do tamanho de um batom, cujo modelo seja divulgado ao público em julho e será exclusivo para o público feminino.

Os preços variam entre R$ 90 e R$ 120, para a versão spray de 50 gramas, com o qual será possível realizar até 25 jatos. Também há uma versão na cor rosa, para o público feminino.

O preço do tamanho batom, que também é um spray e com o qual será possível fazer entre 5 a 8 disparos, não foi divulgado.

"Ela é uma prima-irmã da pimenta e possui os mesmos efeitos que a pimenta, que é controlada pelas Forças Armadas. Já consultamos o Exército e eles não têm intenção de fiscalizar e controlar esta substância, daí desenvolvemos os sprays para uso pessoal", diz Amorim ao G1, que lançou Defensor durante a Feira Internacional de Segurança e Defesa (LAAD), que ocorre nesta semana no Rio de Janeiro.

Alcance e sintomas

O spray poderá ser levado na bolsa ou em mochilas pelas pessoas. A piperina pode manchar a roupa, mas pode ser retirada com água.

Os sprays têm poder de atingir alvos a até 3 metros de distância, poderão ser usados em ambientes fechados e não são inflamáveis. A recomendação da empresa é que o spray deva ser acionado próximo à pessoa-alvo e em direção ao rosto.

Os sintomas são semelhantes ao da pimenta, mas terão um poder e duração inferior. O spray de piperina causa ardência e irritação, em especial nos olhos, que duram entre 5 e 15 minutos, período para que a pessoa saia da situação de perigo. Já os sprays de pimenta usados pelos militares são mais fortes, atingem áreas maiores mesmo a distância de 5 metros e os sintomas podem durar até 40 minutos, segundo a Condor.

"A eficácia dela é igual à da pimenta, praticamente a mesma eficácia que a pimenta. Em muitos países, como Estados Unidos e Europa, a venda de sprays de defesa pessoal já é autorizada há muitos anos. Há uma necessidade muito grande das pessoas terem algo não letal para a defesa pessoal, seja em um momento de assalto na rua, ou até mesmo em diversas situações, como dentro de casa", afirma o CEO da Condor.

Fiscalização

Questionado sobre se o spray de piperina poderia ser usado pela população, o Exército respondeu ao G1 que "por não ser de interesse miliar", o spray de piperina não se enquadra em uma legislação que contém a "Relação de Produtos Controlados pelo Exército", do "Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados", que engloba, além dos sprays de gás pimenta e lacrimogêneo, armas de usos restrito, como fuzis e metralhadoras, e blindagens de veículos e vidros.

O regulamento, de novembro de 2000, diz o que é ou não controlado pelo Exército. Como a substância não está na lista, "portanto não é material controlado pelo Exército Brasileiro", respondeu o Exército.

Questionada sobre se estava ciente do lançamento do produto no mercado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que regulamenta produtos para saúde, mas não produtos bélicos.

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) informou que o spray de piperina "não se trata de um produto regulamentado pelo instituto, estando fora de sua competência qualquer verificação de fabricação, importação ou fiscalização."

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